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Raquel Lyra diz que Marília se escora em Lula e faz campanha de 'faz de conta'

Candidata do PSDB defendeu a posição de neutralidade em relação à eleição nacional e disse que quer unir Pernambuco

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Salvador

Candidata ao Governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) criticou a sua oponente Marília Arraes (Solidariedade) e disse que a adversária faz uma campanha de "faz de conta" e se escora no presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por falta de propostas e realizações.

"A candidata Marília tenta o tempo inteiro se escorar em uma candidatura nacional para justificar a falta de propostas e realizações que ela tem em Pernambuco", afirmou Raquel nesta segunda-feira (24) em sabatina da Folha e do UOL.

Mosaico com seis fotos da candidata ao governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), durante sabatinada online
Candidata ao governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) é sabatinada pela Folha e Uol - UOL no YouTube

Ela ainda buscou associar Marília Arraes ao PSB, destacando que ela recebeu apoio do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife, João Campos, neste segundo turno.

"Eu sou oposição, estou aqui como a candidata da mudança em Pernambuco. Não tenho nenhum compromisso com o erro e com o passado do governo Paulo Câmara, que deixou Pernambuco em situação muito pior do que pegou. Marília é a candidata da continuidade."

Disse ainda que a grande maioria da população de Pernambuco deseja mudança e pediu que os eleitores façam uma comparação entre as duas candidaturas.

"O que eu peço à população de Pernambuco é que façam uma comparação de trajetórias, de realizações e de compromissos que cada uma tem", disse Raquel, que ainda criticou a adversária por não detalhar o seu plano de governo durante o primeiro turno.

Raquel Lyra justificou sua decisão de se manter neutra em relação à eleição presidencial, destacando que neste segundo turno recebeu apoios de aliados de Lula e de Jair Bolsonaro (PL), e disse que o seu objetivo é unir Pernambuco, a despeito da polarização nacional.

"Existe uma polarização nacional muito forte, e o Brasil está dividido. E aqui em Pernambuco a decisão que tomei foi de não declarar meu voto e não fazer campanha para nenhum candidato [...] Não vou entrar em um debate de nacionalização. O presidente escolhido pelos brasileiros, ele vai me receber porque eu estarei lutando por Pernambuco."

Raques Lyra adotou posição de neutralidade em estratégia para ter votos entre eleitores de Lula e de Bolsonaro, segundo aliados. Ela enfrenta Marília Arraes (Solidariedade), que neste segundo turno recebeu o apoio de Lula.

Enquanto a migração de votos bolsonaristas para Raquel é vista como natural, o eleitorado lulista está dividido no segundo turno, com parte sinalizando possibilidade de voto na candidata do PSDB.

Raque Lyra ainda destacou que, se eleita, será uma governadora que "vai construir pontes e não levantar muros". E criticou Paulo Câmara por não construir pontes com o governo federal em seu mandato: "É um misto de incompetência e falta de habilidade política".

Sobre os apoios de grupos e políticos ligados a Jair Bolsonaro que recebeu neste segundo turno, Raquel afirmou que as novas alianças não mudam o que está previsto em seu plano de governo.

"O plano de governo, para mim, é sempre um grande guia. Ele é inegociável. Não há qualquer tipo de acordo com qualquer apoiador, seja na pauta comportamental, seja na discussão de loteamento de governo. Não negociei um cargo para ter os apoiadores que tenho."

Também destacou que, além de aliados de Bolsonaro, recebeu o apoio neste segundo turno de setores do PT e de apoiadores de Lula.

Na sequência, acusou a adversária Marília Arraes de comandar "uma máquina de fake news" e citou decisões em seu favor na Justiça Eleitoral diante da divulgação de informações supostamente falsas pela campanha adversária.

Ao tratar de propostas para uma eventual gestão sua, disse que pretende implantar o bilhete único no transporte urbano da região metropolitana do Recife, mas evitou estimar um possível preço de tarifa com a adoção da política de integração.

A candidata também comentou propostas específicas a igualdade racial e à população LGBTQIA+, que não constam em seu programa de governo. Disse que seu plano de governo traz propostas na área de direitos humanos e destacou que vai atuar contra a violência e a intolerância.

Questionada sobre o episódio deste domingo (23) envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que resistiu a um cumprimento de prisão e atirou contra policiais federais, Raquel Lyra, que também é delegada da Polícia Federal, classificou a situação como "absurda e inadmissível".

"Eu repudio e digo que é inadmissível. O que a gente precisa de verdade é de instituições fortes. É de fazer valer a democracia. Tem valores que são absolutamente inegociáveis", disse.

Ao avaliar o desempenho do PSDB no primeiro turno, quando o partido sofreu uma derrota amarga em São Paulo e viu sua bancada na Câmara cair para 13 deputados, Raquel Lyra disse que o partido sofreu o impacto da polarização nacional entre Lula e Bolsonaro.

"A polarização nacional deixou o PSDB e alguns outros partidos perdidos. Mas, passado esse momento eleitoral, vamos fazer uma profunda reflexão, reanalisar o contexto político e construir um partido sólido", afirmou a tucana.

No início da sabatina, a candidata também comentou sobre o drama pessoal que viveu no dia da eleição do primeiro turno, com a morte de seu marido, Fernando Lucena: "Eu tenho encontrado na minha família e nas pessoas anônimas, do povo, a força para ficar de pé", afirmou.

Raque Lyra foi entrevistada na série de sabatinas da Folha e do UOL com candidatos ao governo de alguns dos estados nos quais haverá segundo turno. Sua adversária Marília Arraes (Solidariedade) também foi convidada para ser sabatinada, mas ainda não confirmou participação.

Dos 24 candidatos a governador que concorrem no segundo turno, cinco não anunciaram apoios a Lula ou Bolsonaro. Trabalham para estadualizar a eleição e buscam votos entre os eleitores dos dois presidenciáveis.

A sabatina com Raquel Lyra foi conduzida pelos jornalistas Fabíola Cidral e Carlos Madeiro, do UOL, e José Matheus Santos, da Folha.

A série de entrevistas com candidatos a governos estaduais começou dia (18), com Eduardo Leite (PSDB), que disputa o 2º turno no Rio Grande do Sul. Dia 20 foi a vez de Eduardo Riedel, candidato do PSDB em Mato Grosso do Sul.

As sabatinas serão transmitidas nos sites da Folha e do UOL e duram uma hora. Veja aqui datas e participações confirmadas.

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