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Vídeos enganam ao sugerir que governo federal liberou as drogas

Discussão sobre descriminalização é feita pelo STF

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São Paulo

São enganosos vídeos que sugerem que o governo federal tenha um projeto de liberação das drogas ou tenha liberado as substâncias. Embora alguns integrantes da gestão do presidente Lula (PT) já tenham se posicionado sobre o tema, como o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e da Justiça, Flávio Dino (PSB), a Secom (Secretaria de Comunicação) informou à reportagem que "não há nenhum projeto com esse objetivo em discussão na Presidência da República".

Nenhuma proposição de autoria do Executivo sugerindo a liberação foi encontrada em tramitação no portal da Câmara dos Deputados, como verificado pelo Projeto Comprova.

Desde 2015, há uma discussão sobre a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio no STF (Supremo Tribunal Federal). O debate foi pautado depois que a Defensoria Pública de São Paulo ingressou com o RE (Recurso Extraordinário) 635659, no qual questiona a constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (nº 11.343/2006). O artigo classifica como crime o porte e transporte de entorpecentes para consumo próprio.

Alexandre de Moraes é branco, careca, está sentado e falando com dois microfones finos à frente. Está com as mãos cerradas
O ministro Alexandre de Moraes participa da sessão plenária do STF que discutiu a descriminalização de maconha - Carlos Moura - 2.ago.2023/SCO/STF

Suspenso em 2017, o julgamento do RE pelo Supremo foi retomado em 2 de agosto deste ano e, após nova pausa, voltará à pauta em 17 de agosto. Até o momento, a corte tem quatro votos para que o porte de maconha para consumo próprio deixe de ser considerado crime. O entendimento firmado pelo STF nesse julgamento deve balizar casos similares em todo o país.

À reportagem, a Defensoria Pública de São Paulo esclareceu que o debate motivado pelo recurso não tem qualquer relação com o governo federal. "A Constituição Federal garante ao órgão autonomia funcional e administrativa, o que significa que não atua sob direção de qualquer ente governamental (inclusive governo federal), mas sim na busca da garantia dos direitos de seus usuários."

Enganoso, para o Comprova, é todo conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Projeto Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por Grupo Sinos e Plural e publicada em 16 de agosto pelo Projeto Comprova, coalizão que reúne 41 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, Estadão, Poder360, O Popular e O Povo.

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