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Candidato em Belo Horizonte, João Leite nega ser 'Doria' de Aécio Neves

José Marques/Folhapress
João Leite (PSDB) (à dir.), candidato à Prefeitura de Belo HorizonteCrédito: José Marques/Folhapress
João Leite (PSDB) (à dir.), candidato à Prefeitura de Belo Horizonte

Ex-goleiro do Atlético-MG e atual deputado estadual, João Leite (PSDB) é a aposta do grupo do senador Aécio Neves (MG) para a Prefeitura de Belo Horizonte, depois de ter perdido o governo do Estado para o PT em 2014.

Primeiro colocado no primeiro turno, com 33,4% dos votos válidos, ele disputará a segunda votação com o ex-presidente atleticano Alexandre Kalil (PHS) e começou agora a utilizar metáforas de futebol em discursos.

Em entrevista à Folha, Leite diz que sua campanha "não é do senador Aécio", que esteve "alguma vezes" na capital mineira. Também diz que continuará crítico ao governador Fernando Pimentel (PT), apesar de ter recebido apoio do vice-governador Antônio Andrade, do PMDB.

*

Folha - A candidatura do sr. é vista como a oportunidade de Aécio mostrar força para 2018. Existe pressão?

João Leite - Não sinto. Essa não é uma campanha do senador Aécio. É uma campanha minha, do PSDB, dos outros partidos que estão nos apoiando. O senador Aécio esteve aqui algumas vezes, mas esteve no Brasil inteiro como presidente do PSDB.

Mas João Doria [PSDB] ganhou o primeiro turno em São Paulo e lançou a candidatura de Geraldo Alckmin para 2018. Como o sr. vê isso?

Essa coisa não atinge a nós. Temos um desafio muito grande que é apresentar propostas e dizer como vamos efetivar essas propostas em uma cidade que precisa de muito. Estou totalmente voltado às propostas.

O sr. dizia que não compara eleição com futebol, mas no discurso depois da votação disse que iria para "o segundo tempo". Por quê?

Foi um momento apenas de entusiasmo mesmo, que a gente ia começar um segundo tempo. Na verdade, é um segundo turno de eleição, de disputa. Fui atleta por 20 anos e sou político há quase 24. A minha vida já não é mais nos campos. Depois de ser atleta me formei em história.

Não foi uma estratégia para captar eleitorado de Alexandre Kalil?

Não tenho essa preocupação. Quero comigo aqueles com compromisso de responsabilidade com Belo Horizonte. [Aqueles] Com a verdade.

O sr. recebeu o apoio de Antônio Andrade [PMDB], vice do governador Fernando Pimentel [PT]. Vai se abster de críticas ao governo?

Tenho a minha posição política muito consolidada em relação aos governos do PT, inclusive nacional, e também a esse governo do Estado, que divide salários dos servidores...

O governo do Estado está apoiando o sr. agora...

De jeito nenhum. Você tem é que perguntar ao vice-governador se está aliado ao Estado.

O seu resultado no primeiro turno foi abaixo do que era apontado nas pesquisas. Surpreendeu?

O que eu senti nas ruas era um sentimento de muita aprovação ao meu nome. É difícil mensurar isso. Mas me senti muito bem na campanha, não senti rejeição, mas senti pessoas alheias.

É o gostar do "não político", como diz seu adversário

Não, alheias mesmo. Não estavam vendo as propagandas na TV ou rádio. Não sei se as pessoas que acertaram esse modelo de campanha acertaram na dose. Tivemos ausência total de propagandas nas ruas.

Como vocês estão trabalhando para evitar um revés no segundo turno?

Naturalmente, veio um apoio expressivo agora, o Rodrigo Pacheco [candidato derrotado do PMDB]. Estamos entusiasmados.

O sr. é conhecido pelo trabalho com direitos humanos, mas tem engrossado em campanha o discurso pela segurança. É medo de rejeição?

A Declaração Universal de Direitos Humanos e a Constituição dizem que segurança pública é direito humano. Quando assumi a comissão de Direitos e Garantias Fundamentais da Assembleia Legislativa, em 1995, eu também estava defendendo o direito à segurança. Não dá para dissociar. Sou filho de um policial.

Mas o sr. defendeu agora a internação compulsiva de usuários de crack.

Belo Horizonte não pode conviver com cracolândia. E temos um modelo para fazer abordagem por técnicos de assistência social.

Nós levaremos médicos para atender. A definição disso será da saúde, não será do prefeito.

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