Descrição de chapéu tecnologia China

Biden assina decreto que proíbe investimentos em áreas de tecnologia na China

Presidente dos EUA fala em emergência e veta repasses para inteligência artificial, computação quântica e semicondutores/chips

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Nova York, Washington e Bruxelas | Reuters

O presidente norte-americano, Joe Biden, assinou nesta quarta-feira (9) um decreto que proibirá certos investimentos dos Estados Unidos em tecnologia sensível na China e exigirá notificação ao governo de financiamentos em outros setores.

O decreto esperado há muito tempo autoriza a Secretaria do Tesouro dos EUA a proibir ou restringir certos investimentos norte-americanos em entidades chinesas em três setores: semicondutores e microeletrônicos, computação quântica e alguns sistemas de inteligência artificial.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, faz discurso em evento em Salt Lake City
Biden fala em ameaça nacional para assinar decreto que proíbe investimentos dos EUA na área de tecnologia na China - Jonathan Ernst/Reuters

Biden disse em uma carta ao Congresso que estava declarando uma emergência nacional para lidar com a ameaça do avanço de países como a China "em tecnologias sensíveis e produtos críticos para capacidades militares, de inteligência, vigilância e cibernéticas".

A medida pode alimentar tensões entre as duas maiores economias do mundo, embora autoridades dos EUA insistam que as proibições têm a intenção de lidar com os riscos "mais agudos" à segurança nacional e não separar as economias altamente interdependentes dos dois países.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, elogiou o decreto de Biden, dizendo que "por tempo demais dinheiro norte-americano ajudou a alimentar o crescimento militar chinês. Hoje, os Estados Unidos estão tomando um primeiro passo estratégico para garantir que investimento norte-americano não financie o avanço militar chinês". Ele afirmou que o Congresso precisa refinar as restrições e consagrá-las em lei.

O decreto visa impedir que capital e conhecimento norte-americanos ajudem a desenvolver tecnologias que possam apoiar a modernização militar da China e ameaçar a segurança nacional dos EUA. O foco deve ser sobre investimentos ativos como private equity, capital de risco e investimentos de joint venture.

A maioria dos investimentos abrangidos pelo decreto exigirá que o governo seja notificado sobre eles. Algumas transações serão proibidas. O Tesouro disse que antecipa uma exceção para "certas transações, incluindo potencialmente aquelas em instrumentos negociados publicamente e transferências intraempresas de empresas nos EUA para subsidiárias".

Um porta-voz da embaixada chinesa em Washington não respondeu ao pedido por comentários em um primeiro momento nesta quarta-feira, mas a embaixada havia dito na sexta-feira que os EUA "habitualmente politizam tecnologia e questões comerciais e as usam como ferramentas e armas em nome da segurança nacional".

As regras afetarão apenas futuros investimentos, e não os atuais, disse uma autoridade do governo à Reuters.

Comissão da UE avaliará medida

A Comissão Europeia vai analisar a proibição dos Estados Unidos a novos investimentos norte-americanos na China em tecnologias sensíveis como chips de computador, e está em contato próximo com o governo dos Estados Unidos, disse o braço executivo da UE nesta quinta-feira (10).

"Tomamos nota do decreto sobre investimento no exterior divulgada pelos EUA em 9 de agosto. Analisaremos o decreto com cuidado", disse um porta-voz da Comissão em um e-mail.

"Estamos em contato próximo com o governo dos Estados Unidos e esperamos uma cooperação contínua neste tópico."

Um porta-voz do Ministério da Economia alemão tomou conhecimento da medida da comissão para avaliar a proibição e disse à Reuters: "Estaremos ativamente envolvidos neste processo".

Ainda sofrendo com o colapso de seus laços econômicos com a Rússia, Berlim pediu uma abordagem de redução de riscos para a China e começou a estudar medidas para lidar com investimentos estrangeiros de risco.

David Shepardson, Andrea Shalal, Karen Freifeld e Idrees Ali

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