Gol se isola como líder em companhias áreas, e CVC se mantém imbatível entre agências

Tem novidade no ar. Pela primeira vez, a Gol alça voo solitário como Top of Mind na categoria Companhia Aérea.

O índice da marca é o mesmo de 2017, quando dividiu a liderança com a TAM, que neste ano caiu quatro pontos percentuais. Mesmo assim, há empate técnico, pois a margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

O "awareness", critério de desempate, isolou a Gol -cujos melhores resultados se dão entre os mais ricos (42%) e os mais escolarizados (36%).

O setor faz parte do Top of Mind 1991, com a TAM na liderança entre 2005 e 2016, ano a partir do qual a marca gradativamente começou, por conta da fusão com a chilena LAN, a ser substituída pela Latam.

Atualmente, a Gol é a líder no mercado doméstico. Os dados mais recentes da Anac mostram que a empresa abocanhou 36,2% do setor contra 32,6% da Latam.

Já no mercado internacional operado por marcas brasileiras, a Latam tem 67%, e a Gol vem em terceiro lugar, com 11,2% de participação, atrás da Azul, que tem 15,9%.

Arte Folha

"Temos investido fortemente na expansão internacional", diz Mauricio Parise, diretor de marketing da Gol, que leva 30 milhões de pessoas ao ano para 67 destinos, em dez países, a bordo de 119 aeronaves.

Combustível para isso foi a estreia, em maio deste ano, de um novo hub em Fortaleza, em parceria com a Air France/KLM. "O objetivo é conectar o Norte e o Nordeste do Brasil à Europa", conta Parise, acrescentando que a oferta de voos na região Nordeste foi ampliada em 35% para turbinar estas conexões.

É deste novo hub e também de Brasília que sairão, a partir de novembro, voos diários diretamente para Miami e Orlando. Para estas rotas, chegam novos Boeing 737 MAX-8, parte de uma encomenda de 135 aeronaves que garantirá a renovação completa da frota até 2028.

Neste ano, a Gol prevê inaugurar uma nova base, em Quito, no Equador. O plano de internacionalização está sendo trabalhado pela agência AlmapBBDO desde agosto, com a campanha "Herewegol".

O buzz do ano, porém, foi outro. Patrocinadora e transportadora oficial da seleção brasileira de futebol, a empresa contratou Neymar Jr. como garoto-propaganda.

Nas campanhas, porém, usou personagens ligados a ele, como um sósia, sob o argumento de que era preciso deixá-lo treinar.

"Usar o tempo do Neymar de forma inteligente foi o nosso jeito de estar junto da seleção. Houve aumento significativo na exibição e percepção positiva da marca", diz Parise.

Aproveitar bem o tempo é mote desde 2017, com a ação de reposicionamento de marca "Nova Gol, novos tempos no ar". Aos 17 anos, a empresa que nasceu com a proposta de transporte aéreo de baixo custo quer se descolar da imagem da barrinha de cereal.

"A Gol mudou para dar mais vida ao tempo dos clientes", explica Parise. Para a empresa, isto se traduz em wi-fi, bancos de couro, mais espaço entre as poltronas, melhorias no serviço de bordo e inovações como o check-in com reconhecimento facial.

Agência de viagem

"A evolução precisa ser contínua para que a marca prossiga sendo Top of Mind." A afirmação é de Marcelo Oste, diretor de marketing da CVC, a mais lembrada desde que a categoria Agência de Viagen passou a fazer parte da pesquisa, em 2011.

No atual levantamento, os mais escolarizados (44%) e os mais ricos (47%) elevaram a média das menções à marca.

"A CVC por muito tempo foi tida como a empresa que vende produtos empacotados. No entanto, em 2017, 3 dos 4 milhões de passageiros 'montaram' a viagem, agregando passeios, hospedagem, locação de carro, seguro e assim por diante", explica o diretor.

Para se posicionar como marca que tem soluções customizadas, a CVC lançou em julho a campanha "Que Férias Você Quer?" -primeiro trabalho com a Lew'Lara\TBWA, agência com quem trabalha desde janeiro.

"Queremos mostrar que é possível ter liberdade na hora de viajar", argumenta Oste.

Arte Folha

"A CVC vem fazendo história no Brasil por antever essas tendências e se antecipar, tanto no âmbito de novos produtos quanto no corporativo", diz Guilherme Paulus, fundador e principal acionista da CVC, marca mãe que deu origem à CVC Corp em dezembro de 2017.

Atualmente, o conglomerado atua com seis marcas distintas nos segmentos de lazer, negócios e intercâmbio: CVC, Submarino Viagens, RexturAdvance, Trend, Experimento Intercâmbio Cultural e Visual Turismo.

Em agosto, a CVC Corp anunciou a aquisição da consolidadora B2B Esferatur, negócio sob aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Em setembro, comprou três empresas argentinas: Ola Transatlántica, Biblos e Avantrip.

Paulus lembra que em seus 46 anos, a CVC coleciona pioneirismos, como fretamento aéreo para lazer, lojas em shoppings e transatlânticos no Brasil.

"Hoje está mais democrático viajar. O brasileiro entendeu que o sonho da segunda residência pode ser substituído por uma viagem", diz Paulus.

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