Fora de parques temáticos, Orlando tem cena gastronômica em expansão

Cidade oferece atrações boas para ir sem crianças e restaurantes que atendem públicos diversos

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Orlando

Destino familiar desde que Walt Disney World ganhou sua primeira atração naquelas bandas, nos anos 1970, Orlando é mais que parques. 

O lago Eola, que fica no centro de Orlando, na Flórida
O lago Eola, que fica no centro de Orlando, na Flórida - Divulgação

Quem visita a região tem hoje outras possibilidades de turismo, até sem as crianças, já que 65% dos 893 mil brasileiros que visitaram a cidade em 2018 foram adultos, segundo a Visit Orlando, associação de turismo oficial.

No centro, o lago Eola é ponto estratégico para uma parada antes de conhecer restaurantes da área. É lá que os moradores correm e fazem piqueniques no fim da tarde.

Dentre os vários lagos de Orlando, o Eola é um marco, com fonte iluminada, pedalinhos e patos que correm pelo gramado do parque ao redor da água. 

Prédios e esculturas dão um clima mais urbano ao cenário. Na orla, a “Take Flight”, do artista Douwe Blumberg, simula um bando de pássaros alçando voo. Sob a luz do pôr do sol, a cena parece verdadeira. 

A dez minutos de carro dali fica o movimentado Tori Tori, bar aberto em outubro deste ano num bairro alternativo chamado Mills 50.

Com clima de festa, música-ambiente alta e ótima comida, o endereço troca mesas por balcões e banquetas. O cardápio é de um izakaya (boteco japonês) mais moderno, com pequenas porções para provar de tudo. 

Entre as sugestões está o espetinho com uma espécie de almôndega de frango (US$ 3,5 ou R$ 14,49), o arroz com caranguejo-azul, alho confitado e limão (US$ 8 ou R$ 33,12) e um tartare com mandiopã (US$ 12 ou R$ 49,68).

A cena gastronômica da cidade é parte de um terreno em expansão: a população de Orlando, que era de 164,6 mil em 1990, foi para 269,4 mil em 2017.

Existe, nesse cenário, diversidade para atender famílias, turistas que buscam conhecer coisas novas e também frequentadores locais. 

Nesta última categoria se enquadra a The Osprey Tavern, no bairro Baldwin Park, a pouco mais de dez minutos de carro do lago Eola. Tijolos nas paredes e garçons de longas barbas dão um jeitão hipster ao lugar, que serve comida gostosa sem complicação.

O cardápio lista itens feitos na própria casa (pães, embutidos e picles) e grelhados que vão ao Josper, utensílio que reúne grelha e forno e faz sucesso entre chefs por garantir sabor defumado ao mesmo tempo que mantém a suculência. Por ele, passam carnes e uma opção só de vegetais (berinjela, abóbora, pimentão, repolho). 

 


Ligeiramente ao norte da parte central de Orlando (cerca de 20 minutos de carro) fica a cidade de Winter Park, outra opção para quebrar a rotina de parques temáticos. 


A região ganhou o nome (que significa parque de inverno) no século 19, quando endinheirados começaram a trocar, durante os meses mais frios, o norte dos EUA pelo sul do país, que tem temperaturas mais amenas. 

 

Hoje, um pequeno centro com cara de vila reúne restaurantes, lojas, cafés e galerias comerciais. Antes de enveredar por eles, faça um passeio de barco (que custa US$ 14 ou R$ 57,96) no lago Osceola com a Scenic Boat Tour, a dez minutos caminhando do centro. 

As excursões acontecem diariamente há 75 anos, “exceto no Natal e quando há furacões”, brinca o guia, Peter Rice, lembrando que a Flórida está na rota de tempestades

Durante uma hora, a embarcação com 18 pessoas navega por lagos conectados por canais estreitos, nos quais se vê árvores centenárias, mansões que pertencem a personalidades locais e a universidade Rollins College, que tem parte do campus à beira d’água. 

Na caminhada de volta ao centro de Winter Park, aproveite para explorar o comércio da região, que mistura marcas de grandes redes e butiques locais. A The Ancient Olive tem azeites de diferentes origens e tipos de azeitona, que podem ser provados.

Outro destaque é a The Spice & Tea Exchange, que faz misturas próprias de especiarias moídas pela própria marca (o blend para fazer churrasco ao estilo americano é uma boa dica de presente).

Para a hora que a fome chegar, o restaurante Prato mistura ingredientes locais e cozinha italiana. No fundo do salão, cozinheiros abrem massas às vistas dos clientes. Há receitas simples (almôndegas e frango assado) e outras de sabores originais sem assustar. 

O mafaldine (massa em formato de fita) de tinta de lula, acompanhado de mexilhões e pancetta, custa US$ 15 (R$ 62,10).

A um quarteirão dali, o Museu Morse de Arte Americana (entrada: US$ 6 ou R$ 24,84)merece uma parada para conhecer a coleção do designer Louis Comfort Tiffany (1848-1933), filho do fundador da marca de joias Tiffany and Co., e famoso pela produção de obras com vidro colorido.

Com a mesma ideia de fazer um passeio que ocupa parte de um dia, quem cruza Orlando na direção oposta a Winter Park encontra a Disney Springs, espécie de boulevard fora dos parques temáticos (não exige ingresso), bom para bater perna, visitar lojas e comer.

Gigante, o espaço World of Disney tem de lembrancinhas a presentões (brinquedos, roupas, itens para casa) que agradam até quem havia decidido não fazer compras. 

Outra loja que atrai visitantes é a da Lego, com mesas para brincar, edições colecionáveis, esculturas de tijolinhos e kits para levar para casa.

Gatorland, atração em Orlando que ajuda na preservação de jacarés
Gatorland, atração em Orlando que ajuda na preservação de jacarés - Divulgação

Em um formato de barco que pode ser visto de longe, o restaurante Paddlefish é uma opção para um almoço mais elegante. O menu se destaca por frutos do mar, mas também tem clássicos triviais americanos bem feitos.

Entre eles, dois sanduíches: lobster roll, com lagosta, maionese de limão e aipo (US$ 31 ou R$ 128,34) e o BLT (US$ 20 ou R$ 82,80) feito originalmente com bacon, alface e tomate, que aqui é acrescido de crab cake, um bolinho de caranguejo, e avocado. 

Aberto 20 anos antes do primeiro parque temático da Disney, o Gatorland (US$ 29,99 ou R$ 124,15), é um bom passeio para fechar as atividades do dia. O local orgulha-se de ajudar a preservar jacarés, animais que, segundo o guia Oscar Hidalgo, 30, já estiveram próximos de serem extintos na região.

A Flórida, rica em rios, pântanos e lagos, abriga cerca de 2 milhões de animais, segundo ele. No Gatorland, dá para conhecer espécies raras e fazer uma tirolesa sobre os tanques dos répteis. 

Há também um complexo de trilhas que passam pelos lagos de jacarés e crocodilos. Tudo bem sinalizado, com humor: “Se você cair na água, os animais irão te comer. E isso provavelmente fará mal a eles”, diz um dos avisos.

A jornalista viajou a convite da Visit Orlando

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