Descrição de chapéu Especial Férias

Conheça a vila secreta na Côte d’Azur que é refúgio de bilionários discretos

Le Grand Jardin, numa ilha na costa de Cannes, é fortaleza que já abrigou reis e artistas e hoje entrega luxo e sossego

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 Vista aérea de ilha francesa

Vista aérea da Ilha de Marguerite, onde fica o Hotel Le Grand Jardin, em Cannes Sebastien Parmentelot/Divulgação

Cannes (França)

O balneário francês mais famoso pela aura de glamour do festival de cinema —que todo ano leva celebridades a desfilar pelo tapete vermelho à beira de um Mediterrâneo cintilante— esconde uma joia para quem quer mais do que só a aura e sim o luxo e a riqueza reais. Esconde é modo de dizer, porque é possível avistar no horizonte da praia de Cannes a ilha que abriga um dos destinos de férias mais surreais no mundo.

Não é a Sicília, mas estamos num território que lembra "The White Lotus", a série de TV que levou a outro nível a ideia de perrengue chique —com a diferença que aqui, na ilha de Sainte Marguerite, não há nenhum problema à vista.

Uma antiga fortaleza do século 13, que já teve entre os seus convidados o rei Luís 14, o surrealista americano Man Ray e, por último, uma lista de bilionários que não gostam de aparecer, acaba de se transformar no Le Grand Jardin, uma vila de ultraluxo que só pode ser reservada em sua totalidade, ou seja, na piscina, nas salas de estar e jantar, na beira da praia ou no bar, ninguém corre o risco de flagrar —ou ser flagrado— por um desafeto.

Os 12 quartos, um deles no alto da velha torre com vista para a Croisette, ficam à disposição do grupo que desembolsar cerca de R$ 1,5 milhão por semana para relaxar à beira-mar, com a atenção constante de dois mordomos por pessoa —sua taça de champanhe jamais se esvazia, as toalhas são levadas sequinhas até o barco no meio do mar, caso você sinta um friozinho ao sair da água depois do mergulho no azul turquesa da Riviera.

Área externa do Hotel Le Grand Jardin Ilha de Marguerite, Cannes
Área externa do Hotel Le Grand Jardin Ilha de Marguerite, Cannes - Sebastien Parmentelot/Divulgação

É bem ali, aliás, que estão fincadas, debaixo d’água, seis esculturas monumentais do artista britânico Jason deCaires Taylor. São rochas enormes fazendo carão, mais expressivas que aquelas famosas carrancudas da ilha de Páscoa, e bem menos atraentes.

Isso porque o mergulho até lá exige fôlego de atleta, musculação em dia e destreza para desviar das águas-vivas, o que faz pensar que esportes radicais não combinam com a paz de Sainte Marguerite, e há quem prefira se esticar ao sol e deixar a exploração submarina, algo que ganhou ares mórbidos nas últimas semanas, para quem não precisa de um merecido descanso.

Mesmo os menos interessados em torrar no sol do Mediterrâneo encontram refúgio em toda a ilha, que tem parte de seu paisagismo original agora restaurado e outras esculturas, para o amante das artes, espalhadas pelo terreno. Há trilhas para quem deseja desbravar a natureza, mas há também massagistas de plantão para quem quer só saber de deitar e relaxar mesmo.

Se os domínios de Sainte Marguerite parecerem pequenos demais, as cidades de Nice e Cannes estão logo ali, com seus hotéis transbordando de gente e restaurantes e bares disputadíssimos no alto verão.

Quem prefere fugir da badalação ou tem pouca paciência para as hordas de turistas fazendo selfies na Croisette, a dez minutos de barco da vila, pode cruzar uma pequena língua de mar em frente ao Grand Jardin até a ilha vizinha, Saint Honorat, onde monges mantêm até hoje uma vinícola e um restaurante, o La Tonnelle, com vista espetacular da Côte d’Azur. Os barcos atracam por ali também pela visão privilegiada do pôr do sol, uma espécie de Arpoador na costa francesa.

No silêncio de fato monástico, embora sem qualquer voto de pobreza, é possível sentir que a vida é bela, ao menos por uns instantes em que parecemos estar tão longe dos nossos problemas, afinal é uma ilha, e a vista do mar fosforescente ganha a batalha contra qualquer distração que possa aparecer no celular.

O mundo real, sabemos, insiste em se manifestar quando menos se quer acordar de uma temporada no paraíso, mas Sainte Marguerite e sua paz luxuosa ficam na memória.

O jornalista viajou a convite do Le Grand Jardin

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