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12/07/2010 - 07h00

Panorama da Copa-2014 se assemelha ao do 1º Mundial brasileiro

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CAROLINA ARAÚJO
DE SÃO PAULO

O cenário: políticos divididos a favor e contra a construção de um estádio de futebol que sediará, na maior cidade do país, o jogo de abertura da próxima Copa do Mundo. Quatro anos antes do torneio, não há uma definição oficial se tal estádio será mesmo construído.

Esse é o panorama atual do debate sobre o papel de São Paulo na Copa de 2014. Mas descreve também a preparação para a Copa de 1950.

O Mundial de 60 anos atrás foi modesto para os padrões atuais e não tinha o status, o público e, principalmente, os recursos de hoje.

Mas alguns problemas na preparação para 2014 já apareceram antes da Copa-1950, em que o Brasil, anfitrião e favorito, perdeu a final para o Uruguai em um Maracanã lotado, no episódio conhecido como "Maracanazo".

Como a atual novela sobre a eventual construção de um estádio em Pirituba, o Maracanã, construído para os principais jogos de 1950, foi alvo de disputa política.
Rival do então prefeito do Rio, Ângelo Mendes de Morais, o deputado Carlos Lacerda foi o maior opositor ao novo estádio carioca.

As obras só começaram em 1948, e o Maracanã foi inaugurado inacabado, a uma semana da Copa.

A afobação era visível: o estádio foi aberto com andaimes nas arquibancadas. A construção do maior estádio do mundo só seria concluída 15 anos depois, em 1965.
O atraso não atingiu só o Maracanã. O Independência, em Belo Horizonte, também construído para a Copa-1950, foi erguido às pressas para receber a grande zebra do Mundial: a vitória dos EUA sobre a Inglaterra (1 a 0).

Mas não é só a lentidão na construção de estádios que aproxima 1950 e 2014.
As grandes distâncias entre as cidades-sede, uma das principais preocupações para 2014, já causavam problemas também nos anos 40.

As longas viagens fizeram a França desistir da Copa brasileira --o time estrearia em Porto Alegre e, dois dias depois, jogaria em Recife, em uma viagem de 3.779 km.

A Copa de 2014 terá distâncias ainda maiores. Porto Alegre e Manaus são separadas por 4.620 km. E, apesar do intervalo de seis décadas, as deficiências dos aeroportos fazem com que as distâncias continuem a ser tratadas como um grande problema.
Tanto que Ricardo Teixeira, presidente do comitê organizador de 2014, já disse que o país será dividido em quatro regiões durante Copa, para evitar longas viagens de delegações e torcedores.

Tais gargalos, porém, não impediram que o país fosse escolhido para abrigar as duas Copas. Contribuiu para isso o fato de, nos dois pleitos, não haver concorrência.

Em 1946, quando o Brasil foi confirmado sede de 1950, a Europa mensurava os mortos e os prejuízos da Segunda Guerra Mundial, e nenhum país quis abrigar o torneio.

Para 2014, a Colômbia até se mostrou interessada, mas desistiu antes mesmo da eleição. Sem concorrentes, o Brasil foi aclamado, em 2007, o palco do próximo Mundial.

 

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