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30/06/2009 - 21h13

Hondurenhos enfrentam vazio de informação sobre crise no país

da BBC Brasil

Os moradores de Tegucigalpa, a capital de Honduras, enfrentam um vazio de informações desde o início dos eventos que resultaram na deposição do presidente Manuel Zelaya no domingo. Ele foi derrubado pelo Exército, com apoio do Congresso e da Suprema Corte, e enviado à Costa Rica. O golpe aconteceu no dia em que Zelaya pretendia realizar uma consulta popular sobre uma nova Constituição, que havia sido considerada ilegal pela Justiça.

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Os sinais das emissoras estatais de rádio e televisão, assim como os de outras cadeias internacionais privadas, foram suspensos temporariamente. Também há denúncias de agressões contra jornalistas e instalações físicas de empresas de comunicação.

"Estamos desinformados e cheios de rumores", disse à BBC Mundo uma diretora da ONG Christian Aid em Tegucigalpa, Maritza Henriquez.

Na segunda-feira, um dia após a queda do presidente, a pouca informação que os hondurenhos tinham sobre o que estava acontecendo no país circulava de boca a boca.

"Como cortaram até a luz, procuramos lugares onde podemos encontrar a informação sobre o que está acontecendo. Algumas pessoas ligam os carros para poder escutar algumas notícias. No domingo, ficamos o dia todo sem energia", disse Henriquez.

O jornalista hondurenho Manuel Torres disse à BBC Mundo que há uma forte censura nos meios de comunicação.

"Se você sintonizar uma das emissoras de rádio de Honduras, ouvirá que a informação é mínima sobre os eventos. Quase toda a grande imprensa do país se dedicou a entrevistar os novos funcionários do governo", disse Torres.

"A tendência dos meios de comunicação tem sido impor o critério de que o que ocorreu no domingo não foi um golpe de Estado, mas uma 'troca de administração'", afirmou o jornalista.

O rádio na mira

A Radio Globo Honduras denunciou, em seu website, que um comando militar invadiu as instalações da rádio e tirou o sinal da emissora do ar nas horas que seguiram à deposição de Zelaya no domingo.

"Depois de negociações com os militares, a rádio retomou as operações, mas sob uma série de condições que limitam a liberdade de expressão no país", disse o gerente-proprietário da emissora.

A organização Repórteres sem Fronteiras informou que quatro horas depois da queda de Zelaya, cerca de 25 militares invadiram a emissora Radio Progreso, pertencente a Associação Latino-Americana de Educação Radiofônica, e localizada nos arredores da capital.

"A Radio Progreso, agora na mira dos militares, ainda não decidiu quando retomará sua programação", afirma a organização.

A Radio Globo Honduras informou, durante sua cobertura, que 95% dos meios de comunicação nacionais deixaram de emitir qualquer tipo de informação sobre a deposição do presidente.

Sinal

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) emitiu um comunicado manifestando a preocupação da organização com a crise política e a "limitação da liberdade de informação" em Honduras.

O presidente da SIP, Enrique Santos Calderón se referiu a "suspensão temporária de sinais de rádio e televisão estatais, assim como de outras cadeias internacionais e privadas, e vários eventos e agressões registrados contra jornalistas e instalações físicas de alguns meios de comunicação".

Segundo a organização, depois da destituição de Zelaya e da imposição do toque de recolher por 48 horas, a Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) proibiu que as empresas de canais por cabo emitissem seus sinais.

"Com esta medida, foram afetadas as recepções das transmissões da CNN Español, Telesur e Cubavisión Internacional. Antes disso, soubemos que a rádio e a televisão estatal foram suspensas durante várias horas", diz o comunicado.

A SIP destacou ainda que, segundo os meios de comunicação hondurenhos, jornalistas e fotógrafos teriam sido "agredidos e insultados" por grupos contrários à deposição de Zelaya.

"Em San Pedro Sula, o jornal 'Tiempo' informou que militares visitaram suas instalações e as do Canal 11 e ordenaram o fim das transmissões com declarações de funcionários do governo deposto", afirmou a organização em comunicado.

Nenhum país reconheceu o novo governo hondurenho, que tomou posse no domingo, horas depois da deposição de Zelaya.

Comentários dos leitores
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Luciano Filgueiras (94) 02/02/2010 17h52
Sobre o comentário do nosso estimado Diplomata, dizendo ele, que o nosso país inspira o desarmamento mundial; apenas brinco: "Nosso Amorim é um gozador!... sem opinião
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sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
sebastião chaves (9) 02/02/2010 15h19
como tem pirado escrevendo e enviando os seus comentários. os textos chegam ser manifestações de humorismo involuntário.
Peço àqueles que discordam das bobagens escritas, sejam condescentes com os pirados da silva.
Pai, perdoi, eles não sabem o que escrevem. Descansem em paz, pirados.
sem opinião
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John Reed (41) 02/02/2010 03h21
John Reed (41) 02/02/2010 03h21
A realidade é inexorável.
Ideologias fajutas não passam de blá-blá-blá porque são míopes para enxergar qualquer coisa. Mas certamente não querem ver nada porque acham que já pensaram em tudo. Aí quando a realidade contraria a 'verdade' ideológica as coisas começam a ficar violentas.
Já viu uma criança contrariada? Pois é. Parece que o brinquedo favorito do Coronel Presidente Hugo Chávez se recusa a funcionar como ele deseja. E isso acaba refletindo em alguns nesse fórum, que contrariados produzem textos violentos tanto no estilo quanto no conteúdo.
Uma política carioca, médica, disse (isso ninguém me contou), no ocaso dos países comunista pós Muro, que o ideal e modelo de país a ser seguido eram os da Albânia. Caramba! Isso tem 20 anos.
É pra dar medo: o que a crença em ideologias ou dogmas pode fazer com uma pessoa culta e inteligente. Como já disse, a realidade é desagradavelmente real para alguns.
2 opiniões
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