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19/01/2007
-
00h22
da Folha Online
As equipes do Corpo de Bombeiros resgataram no final da noite desta quinta-feira (18) o corpo da sexta vítima soterrada nos escombros do canteiro de obras do metrô em Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
Os bombeiros tiveram dificuldade para chegar à vítima, que estava presa na parte traseira do microônibus tragado pela cratera aberta com o desabamento da obra. O corpo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para ser oficialmente identificado. Informações preliminares apontam que o corpo é do funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31.
Os trabalhos dos bombeiros devem continuar, em busca de outras possíveis vítimas. A família do office-boy Cícero Augustino da Silva, 60, que desapareceu no dia do acidente, diz acreditar que ele também esteja soterrado no local. A Defesa Civil não confirma.
Nesta quinta (18), foram identificados os corpos do motorista da lotação, Reinaldo Aparecido Leite, 40, e do cobrador, Wescley Adriano da Silva, 22. "Ele nasceu e morreu de forma digna, e não vai ficar soterrado aqui, vai ser enterrado como trabalhador", disse Marli Aparecida Leite, irmã de Reinaldo. "Agora, nossa família e a do Wescley são uma só", afirmou.
Vítimas
Entre a madrugada de segunda-feira e a manhã de quarta, três corpos foram já haviam sido resgatados dos escombros --um deles estava na parte traseira do lotação.
O primeiro corpo encontrado foi o da aposentada Abigail de Azevedo, 75, retirado dos escombros na segunda-feira (15). Na terça, foi resgatado o corpo de Valéria Alves Marmit, 37, que estava na traseira do lotação. Apesar da localização do veículo, os trabalhos não puderam prosseguir imediatamente devido aos riscos de novos desabamentos e à grande quantidade de lama e entulho no local.
As famílias dos passageiros do microônibus da Transcooper serão indenizados em R$ 100 mil pela cooperativa. A empresa diz que as indenizações são referentes a danos morais e materiais. Já as famílias do motorista e do cobrador receberão R$ 29 mil cada uma.
Causas
O governador José Serra (PSDB) confirmou que o Metrô suspendeu os pagamentos ao Consórcio Via Amarela pelas obras. O motivo seria uma inviabilidade técnica para medir o trecho que desabou. "À medida que essa obra já não existe, não se poderia pagar a medição dela. E as faturas chegam misturadas. Houve a suspensão para fazer essa separação."
O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desmoronou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.
O coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Pacca de Lima, afirmou que as conseqüências do acidente poderiam ser reduzidas, caso um plano de contingência tivesse sido elaborado. O plano deveria prever o isolamento das áreas afetadas pelas obras do metrô.
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológica) foi acionado pelo governo estadual para fazer um laudo sobre as causas do acidente.
No fim de semana, o Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Na segunda, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), responsabilizou as chuvas e o processo de engenharia pelo acidente. Ele, porém, não apontou culpados. "Se não tivesse havido um grande volume de chuvas, talvez não teria acontecido. Mas o grande volume de chuvas também é previsível. Qualquer episódio em que há uma tragédia desse tipo há uma responsabilidade do processo, da engenharia desse processo, ou seja, a engenharia em algum momento falhou indiscutivelmente", disse.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online, CAROLINA FARIAS, GABRIELA MANZINI, RENATO SANTIAGO, da Folha Online
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Bombeiros resgatam sexta vítima de desabamento em obra do metrô
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As equipes do Corpo de Bombeiros resgataram no final da noite desta quinta-feira (18) o corpo da sexta vítima soterrada nos escombros do canteiro de obras do metrô em Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
Os bombeiros tiveram dificuldade para chegar à vítima, que estava presa na parte traseira do microônibus tragado pela cratera aberta com o desabamento da obra. O corpo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para ser oficialmente identificado. Informações preliminares apontam que o corpo é do funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31.
Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem |
Tapumes isolam parte de cratera deixada pelo desabamento nas obras do metrô |
Nesta quinta (18), foram identificados os corpos do motorista da lotação, Reinaldo Aparecido Leite, 40, e do cobrador, Wescley Adriano da Silva, 22. "Ele nasceu e morreu de forma digna, e não vai ficar soterrado aqui, vai ser enterrado como trabalhador", disse Marli Aparecida Leite, irmã de Reinaldo. "Agora, nossa família e a do Wescley são uma só", afirmou.
Vítimas
Entre a madrugada de segunda-feira e a manhã de quarta, três corpos foram já haviam sido resgatados dos escombros --um deles estava na parte traseira do lotação.
O primeiro corpo encontrado foi o da aposentada Abigail de Azevedo, 75, retirado dos escombros na segunda-feira (15). Na terça, foi resgatado o corpo de Valéria Alves Marmit, 37, que estava na traseira do lotação. Apesar da localização do veículo, os trabalhos não puderam prosseguir imediatamente devido aos riscos de novos desabamentos e à grande quantidade de lama e entulho no local.
As famílias dos passageiros do microônibus da Transcooper serão indenizados em R$ 100 mil pela cooperativa. A empresa diz que as indenizações são referentes a danos morais e materiais. Já as famílias do motorista e do cobrador receberão R$ 29 mil cada uma.
Causas
O governador José Serra (PSDB) confirmou que o Metrô suspendeu os pagamentos ao Consórcio Via Amarela pelas obras. O motivo seria uma inviabilidade técnica para medir o trecho que desabou. "À medida que essa obra já não existe, não se poderia pagar a medição dela. E as faturas chegam misturadas. Houve a suspensão para fazer essa separação."
O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desmoronou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.
O coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Pacca de Lima, afirmou que as conseqüências do acidente poderiam ser reduzidas, caso um plano de contingência tivesse sido elaborado. O plano deveria prever o isolamento das áreas afetadas pelas obras do metrô.
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológica) foi acionado pelo governo estadual para fazer um laudo sobre as causas do acidente.
No fim de semana, o Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Na segunda, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), responsabilizou as chuvas e o processo de engenharia pelo acidente. Ele, porém, não apontou culpados. "Se não tivesse havido um grande volume de chuvas, talvez não teria acontecido. Mas o grande volume de chuvas também é previsível. Qualquer episódio em que há uma tragédia desse tipo há uma responsabilidade do processo, da engenharia desse processo, ou seja, a engenharia em algum momento falhou indiscutivelmente", disse.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online, CAROLINA FARIAS, GABRIELA MANZINI, RENATO SANTIAGO, da Folha Online
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