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Ministro da Justiça falta com a verdade, diz secretário

Ferreira Pinto, da Segurança, afirma que Estado apresentou vários projetos ao governo federal e nada recebeu

MARIO CESAR CARVALHO

ROGÉRIO PAGNAN

DE SÃO PAULO

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, disse à Folha que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), "falta com a verdade" ao afirmar que o governo federal ofereceu ajuda ao Estado para conter a onda de violência.

Em nota escrita para contestar o ministro, ele anotou: "Alguém está querendo criar desordem onde há ordem".

O secretário pede no texto: "Não politize a segurança pública. Segurança e política eleitoral devem ficar afastadas".

A informação de que o governo federal ofereceu ajuda a São Paulo e a oferta foi recusada foi publicada na Folha no sábado, na véspera das eleições.

PROJETOS

Segundo Ferreira Pinto, a secretaria apresentou vários projetos ao governo federal no valor de R$ 148,8 milhões neste ano e não recebeu um centavo de ajuda.

O Ministério da Justiça rebateu dizendo que o órgão "não é banco".

"Eu fiquei perplexo", disse Ferreira Pinto sobre a afirmação de Cardozo de que o ministério enviou emissários para ajudar São Paulo.

Isso nunca ocorreu, de acordo com ele.

SAIA JUSTA

O secretário disse que teve uma reunião com Cardozo no dia 29 de junho, mas não se falou sobre cooperação. "Falamos sobre generalidades".

No último sábado, Ferreira Pinto disse que ligou para Cardozo para pedir explicações sobre a suposta ajuda que não houve, segundo ele.

O ministro teria dito, ainda conforme o secretário, que fizera a declaração porque ficara "numa saia justa" com as críticas do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de que o governo federal não cumpre seu papel de policiar as fronteiras.

"Essa colocação [do ministro] tem um acentuado colorido político. Isso não é bom. Eu sempre agi de forma suprapartidária", afirmou o secretário.

Na nota, ele levanta uma hipótese sobre as razões do ministro: "Meu palpite é que ele fica melindrado quando dizemos que a fiscalização de fronteiras é falha".

Uma das evidências da falha, de acordo com ele, são as 17 toneladas de cocaína apreendidas em 2011 pelo Denarc (a divisão antinarcóticos da polícia paulista).

Ele disse estranhar a afirmação do ministro porque a polícia paulista e a Polícia Federal têm ótimas relações na área de inteligência.

MUITO POUCO

Para o secretário, o governo federal nem tem condições de oferecer ajuda porque faz muito pouco na área de segurança em São Paulo.

"Há quanto tempo a Polícia Federal não faz uma operação de repercussão em São Paulo? A última foi a prisão de Abadía e El Negro", afirma, referindo-se aos traficantes Juan Carlos Ramírez Abadía, colombiano, e Carlos Ruiz Santamaría, o mexicano conhecido como El Negro.

Ambos foram presos em São Paulo em 2009.


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