O paulistano José Fábio Zamith Calazans, o Zé Calazans, entrou em 54º lugar no curso de arquitetura, em 1969. Ele só sairia formado da FAU-USP cerca de uma década depois.
A demora para receber o diploma tinha um motivo: os exercícios acadêmicos, para ele, tinham de estar vinculados à realidade. Assim, ainda como aluno, começou a se envolver em questões de habitação social e a fazer ações na periferia de São Paulo.
Quando finalmente concluiu o curso, organizaram até festa na FAU, como conta a família. Na instituição, além de fazer mestrado, daria aulas, como professor convidado.
Filho de um professor e assistente social e de uma dona de casa, quando jovem foi coordenador municipal da Juventude Estudantil Católica e representante da União dos Estudantes Secundaristas na zona sul. Por sua militância e atuação na periferia em defesa de moradia popular, chegou a ser preso e ameaçado durante a ditadura militar.
Com amigos, teve um galpão na Vila Madalena, misto de escritório e ponto de cultura. Também trabalhou na CDH (Companhia de Desenvolvimento Habitacional) durante o governo Montoro (1983-87).
Atuou como assessor dos ocupantes do conjunto Centreville, em Santo André, e da Comissão de Favelas de Campo Limpo. Deu aulas em Mogi das Cruzes, Taubaté e Santos. Segundo a família, desenvolveu um profundo conhecimento sobre as necessidades urbanísticas da cidade.
Em 2011, saiu o livro "José Calazans: Croquis de uma vida, croqui de uma vida". Morreu na sexta, aos 64, devido a um infarto e a um edema pulmonar. Teve dois filhos.