Brasil e Argentina assinam acordo para trocas comerciais em real e peso
Brasil e Argentina assinaram nesta segunda-feira o acordo de cooperação para a implementação, em caráter experimental a partir de 6 de outubro, do SML (Sistema de Pagamentos em Moeda Local), que prevê que as trocas comerciais entre os países serão feitas em peso e real, e não mais em dólar.
O acordo foi assinado pelo presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, e do BC argentino, Martín Redrado, em solenidade no Palácio do Planalto. Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Cristina Kirchner, também participaram.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o novo sistema de pagamento vai estimular a participação de pequenas e médias empresas nas trocas comerciais, que já somam US$ 25 bilhões por ano.
"Você está diminuindo o custo de intermediação dessas operações. Os bancos vão ganhar menos e vai baratear o custo da transação", afirmou o ministro. Segundo ele, a medida deve ser estendida aos demais países do Mercosul e, no longo prazo, deve ser instituída uma moeda única para o bloco.
"Isto caminha,no longo prazo, para uma moeda local, que eu acho que o Mercosul deve ter no futuro. É um primeiro passo", disse Mantega, reconhecendo a dificuldade de implementação do sistema, uma vez que as compensações devem ser feitas diariamente.
No fim de semana, Lula afirmou em entrevista ao "Clarín" que é importante Brasil e a Argentina verem um ao outro como sócios, e não como competidores. "É muito importante que Brasil e Argentina se vejam não como competidores, mas sim como sócios (...) Acredito, trabalho e aposto na integração da América do Sul e com mais empenho no fortalecimento do Mercosul", disse Lula.
Regras
Segundo o BC, inicialmente, poderão ser transacionadas no âmbito do SML as operações relativas ao comércio de bens entre os dois países de prazo até 360 dias. As despesas e serviços relacionados ao comércio de bens (por exemplo: frete e seguro) também poderão ser pagos nas moedas dos dois países.
Pelos termos do convênio, as instituições bancárias que tenham Conta de Reservas no Banco Central poderão ser habilitadas a operar no sistema. Não é pré-requisito que a instituição seja autorizada a operar no mercado de câmbio.
Mais acordos
Lula e Cristina Kirchner também assinaram acordo de cooperação entre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e os bancos de La Nación Argentina e de Investimento e Comércio Exterior. A parceria permitirá investimentos nos dois países.
Kirchner também formalizaria o interesse na compra de 50 aviões da Embraer para a Aerolíneas Argentinas, recém-estatizada. Em contrapartida, a Embraer poderá comprar peças da empresa argentina Área Material Córdoba, a exemplo do que já ocorre com a chilena Enaer.
Lula e Kirchner também devem tratar da compra de embarcações de empresas sul-americanas para a indústria naval brasileira e a adoção do padrão japonês para a TV digital.
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