Pague primeiro as dívidas com juros mais elevados
Um erro comum de quem está endividado é priorizar o pagamento do débito de maior valor. O recomendado é pagar aqueles que têm os maiores juros ou multas, afirmam especialistas. Isso porque as taxas fazem o total devido aumentar com o tempo.
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Juro médio do crédito pessoal é cinco vezes a taxa Selic
"É preciso verificar qual dívida tem o maior custo efetivo total, que envolve todas as taxas cobradas", diz Miguel Oliveira, coordenador de estudos econômicos da Anefac (associação dos executivos de finanças).
"Quanto maior o custo total, mais cara é a dívida, ou seja, mais o consumidor paga ao banco para usar aquele empréstimo", acrescenta.
A dívida mais cara cresce mais rápido que a mais barata. Portanto, quando é mantida em atraso por mais tempo, ela causa um prejuízo maior ao bolso do consumidor, afirma Oliveira.
A troca de um empréstimo mais caro (com juro maior) por outro mais barato (juro menor) também é uma estratégia vantajosa --por exemplo, a substituição de uma dívida no cartão de crédito, a modalidade mais cara entre as disponíveis, por outra no empréstimo consignado.
Nessa modalidade, que tem as taxas menores, as parcelas são descontadas na folha de pagamento. Vale destacar, porém, que o crédito consignado é restrito a funcionários de empresas que tenham convênios com bancos.
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A taxa de juros do consignado é, em média, 1,82% ao mês (ou 24,2% ao ano), segundo dados do Banco Central de maio, os mais recentes disponíveis. Já a do rotativo do cartão é de 9,41% ao mês (ou 194,23% ao ano), segundo estimativa da Anefac, já considerando o novo juro básico (a Selic), de 8,5% ao ano.
"Essa estratégia é válida desde que, após o pagamento do cartão, o consumidor não volte a fazer dívidas que se somem à do empréstimo consignado", diz Oliveira.
Pesquisa realizada pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) em junho mostrou que 72% dos consumidores entrevistados não sabiam o quanto pagavam de juros no rotativo do cartão de crédito.
O perfil de crédito do brasileiro tem mudado e de forma positiva, segundo o consultor de finanças pessoais do Itaú, Jurandir Macedo.
"Dados do Banco Central mostram que, nos últimos 12 meses, o número de tomadores de crédito consignado, que tem juros baixos, cresceu 20,8%", afirma.
O número de tomadores de empréstimo para pagamento à vista do cartão de crédito --modalidade, em geral, mais cara que as demais-- também cresceu no período: 15,4%.
"A migração para modalidades mais baratas mostra o início de um processo de amadurecimento do consumidor. Crédito pode ser muito positivo ou muito negativo, dependendo da forma como é utilizado", afirma. (THIAGO SANTOS)
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