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Queda em ações da Tesla não tem relação com embates entre Musk e Moraes

Preço vem caindo desde janeiro, diferentemente do que afirma post viral

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São Paulo

É enganoso o conteúdo de uma publicação no X (antigo Twitter) que atribui a queda nas ações da Tesla, montadora pertencente a Elon Musk, aos ataques dele contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A publicação também desinforma ao dizer que a companhia anunciou a demissão de 15% dos funcionários no mundo inteiro, criando uma associação entre os supostos desligamentos e os recentes embates entre Musk e Moraes.

De fato, como verificado pelo Comprova, o preço das ações da Tesla está em queda em bolsas de valores como a Nasdaq e a Ibovespa, desde janeiro deste ano. A imprensa internacional vem apontando que a montadora é uma das empresas com pior desempenho no mercado de ações em 2024 —inclusive, em 2023 foi pela primeira vez ultrapassada pela concorrente chinesa BYD na venda de carros elétricos. No último mês, houve oscilações para cima e para baixo, mas o preço continua bem menor do que no início do ano, o que é atribuído a uma redução no mercado de carros elétricos e à flutuação comum em empresas de tecnologia.

Pessoa de colete amarelo fluorescente e calça preta mexe em carro prata que está no andar debaixo de uma engrenagem onde há carros no andar superior (parece ser um caminhão-cegonha, mas não dá para ver se é um caminhão mesmo). Ao fundo, outros carros.
Carros da Tesla em Fremont, na Califórnia - Carlos Barria - 23.mai.2023/Reuters

Já o número de demissões não é de 15%, e sim de 10%. De qualquer forma, não há indícios de que elas estejam ligadas ao embate entre Musk e Moraes. Em um relatório oficial, o diretor financeiro da Tesla, Vaibhav Taneja, falou em reduzir custos para aumentar a produtividade e disse que "esta ação irá preparar a Tesla para a nossa próxima fase de crescimento, à medida que estamos desenvolvendo algumas das tecnologias mais revolucionárias nos setores automobilístico, energético e de inteligência artificial".

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Por que investigamos

O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984. Sugestões e dúvidas relacionadas a conteúdos duvidosos também podem ser enviadas para a Folha pelo WhatsApp 11 99486-0293.

Leia a verificação completa no site do Comprova.

A investigação desse conteúdo foi feita por piauí, Correio Braziliense e Estadão e Correio e publicada em 18 de abril pelo Comprova, coalizão que reúne 42 veículos na checagem de conteúdos virais. Foi verificada por Folha, UOL, A Gazeta, Portal Norte e Tribuna do Norte.

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