Haiti contabiliza 200 mil mortos em terremoto, diz premiê
O prêmie do Haiti, Jean Max Bellerive, afirmou hoje que o governo já contabilizou mais de 200 mil mortos desde o forte terremoto que atingiu aquele país no dia 12 e deixou a capital, Porto Príncipe, virtualmente arrasada. O número não inclui corpos que ficaram sob escombros nem as vítimas enterradas por suas próprias famílias.
Bellerive deu as declarações durante visita ao Senado haitiano, onde falou aos parlamentares sobre a necessidade de mudar a estrutura de governo para poder enfrentar a crise causada pelo terremoto.
Hoje, em comunicado, a missão de paz da ONU no Haiti, a Minustah, afirmou que a "situação geral" do país "permanece estável, mas potencialmente volátil". O problema cresce conforme a demora na ajuda aos haitianos. Grande parte das vítimas ainda vive na rua ou em barracas improvisadas, feitas de lençóis. Nos últimos dias, houve mais registros de saques.
No sábado (30), cerca de 20 homens armados bloquearam uma rua e atacaram um comboio carregado de alimentos que saíra do aeroporto de Jeremie, diz Vicenzo Pugliese, o porta-voz da ONU (Organização das Nações Unidas). Os soldados e funcionários da ONU deram tiros de alerta, e os criminosos fugiram. Ninguém ficou ferido.
Em Jacmel, 33 prisioneiros que tinham escapado na demolição das suas prisões acabaram recapturados, domingo (31). No total, cerca de 6.000 presos escaparam, após o terremoto.
Hoje, centenas de pessoas se reuniram para protestar, em Titanyen, em uma das primeiras demonstrações desde o terremoto. Muitos criticaram o presidente, René Préval, e pediram a volta do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, exilado na África do Sul. "Préval não fez nada por esse país, nada pelas vítimas", disse Jean Delcius, 54. "Nós precisamos de alguém novo. Se não for Aristide, então alguém competente."
Em entrevista ao jornal francês "Le Monde", no entanto, Préval afirmou ter a confiança da comunidade internacional e definiu a luta contra a corrupção como "uma prioridade". "Não vamos negar que haja possibilidade de corrupção [...] tendo em conta a atual debilidade da administração haitiana", afirmou. "Quando um Estado é débil, quando é instável, os países que querem ajudá-lo passam por ONGs, e podemos compreender isso."
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