Chefe da OEA disse que respeita decisão sobre posse de Chávez
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, afirmou na noite desta quinta-feira que "respeita cabalmente" a decisão das autoridades da Venezuela sobre adiar o juramento do presidente Hugo Chávez.
Insulza considera que o tema foi resolvido pelos três poderes do país --Executivo, Legislativo e Judiciário. "As instâncias estão esgotadas. Por tanto, o processo que acontecerá no país é o que decidiram os três poderes", disse, em entrevista em Santiago, no Chile.
Ele não comentou diretamente sobre a denúncia da oposição sobre a posse, mas disse que a OEA só atua "quando há crise institucional entre os poderes de um Estado", o que, para ele, não acontece no caso venezuelano.
Mesmo assim, o secretário-geral sugeriu que a oposição ou algum país que discorde da solução dada à posse de Chávez envie um recurso ao Conselho Permanente da entidade.
A instância foi a mesma que avaliou a acusação de quebra constitucional no Paraguai após o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo, em junho do ano passado.
OPOSIÇÃO
As palavras do secretário-geral foram as primeiras da entidade desde que a oposição venezuelana entrou com um recurso contra a transição governamental, na quarta (9). Os rivais pediam que a entidade avaliasse o processo que, segundo eles, feria a Constituição.
Os adversários do Chávez desejavam que o líder da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, assumisse o poder e convocasse eleições em 30 dias.
O presidente, que foi reeleito em outubro, se recupera em um hospital de Havana, em Cuba, contra um câncer na região pélvica, realizada em 11 de dezembro.
Na semana passada, o governo venezuelano informou que o estado de saúde de Chávez piorou por causa de uma infecção respiratória. No último boletim divulgado, na quarta, as autoridades locais dizem que a situação do presidente ainda é grave, mas estável.
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