Medo faz crescer busca por máscaras de gás em Israel
Após as notícias de um suposto ataque químico nos arredores de Damasco, na Síria, a procura por máscaras de gás quadruplicou em Israel, conforme cidadãos temem ser vítimas de uma agressão no futuro próximo.
A reportagem da Folha acompanhou a distribuição de máscaras em um shopping de Jerusalém, a cargo do correio israelense. A espera não chegava a meia hora.
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"Estou assustada", disse a bancária Racheli Cohen, que retirava o equipamento também para o marido e os dois filhos. A entrega, a cidadãos israelenses, é feita gratuitamente mediante a checagem de documentos. É possível, também, receber as máscaras pelo correio, por R$ 15.
Estrangeiros, mesmo com visto de residência, não têm direito às máscaras. Uma empresa privada ouvida pela reportagem, porém, deve começar a vender o equipamento a partir de domingo.
Joel Silva/Folhapress | ||
Israelenses fazem fila em posto de distribuição de máscaras de gás montado por governo |
PASSADO
O israelense Eddo Rosenthal, 66, que aguardava na fila, lembrou que, na Segunda Guerra do Golfo (1990-1991), também ocorreu a distribuição de máscaras após Saddam Hussein disparar mísseis contra Israel como revide a ataques ocidentais.
"Não lembro o que aconteceu com a outra máscara. Acho que tivemos de devolver." A caixa distribuída nesta semana tem um alerta de que é proibido abri-la, a não ser que haja ordem oficial.
Rosenthal diz que, racionalmente, não se preocupa com a possibilidade de um ataque químico --assim como não se preocupa quando há conflitos na faixa de Gaza ou o disparo de foguetes do sul do Líbano contra Israel.
"Mas é um medo irracional", afirma. "Fico histérico quando há armas químicas. Minha família toda foi exterminada com gás, nos campos de concentração", diz.
Os correios, responsáveis pela distribuição das máscaras, afirmam que mais de 75% dos moradores de Kiryat Shmona --na fronteira ao norte-- já têm o equipamento. O número em Jerusalém, porém, é de 29%. A meta é chegar a 60% da população, até o fim deste ano.
O parlamentar Eli Yishai convocou reunião emergencial para hoje, durante o recesso, para propor a abrangência de 90% da população.
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