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Derrotado em Belo Horizonte, petista diz que partido não pode ficar 'só na tese do golpe'

Divulgação
Reginaldo Lopes (PT) caminha pelo Aglomerado da Serra
Reginaldo Lopes (PT) caminha pelo Aglomerado da Serra durante campanha em Belo Horizonte

Candidato derrotado na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte (MG), o deputado federal Reginaldo Lopes (PT) defendeu nesta quarta-feira (5) que seu partido não se prenda mais à tese do "golpe" para justificar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Segundo ele, o PT deve começar a apresentar propostas para superar a crise econômica.

Secretário Nacional de Assuntos Institucionais do PT, Lopes deixou a sede do partido em Brasília antes do fim da reunião da executiva nacional da legenda, iniciada ainda nesta manhã.

"O PT também deve dar uma resposta à sociedade. Não adianta ficar falando da crise e não apresentar uma proposta para o país. Um partido ganha votos no campo das ideias. Se ficar só na tese do golpe, aí não vai dialogar não. É dialogar com uma bolha muito pequena que já é nossa. A sociedade quer saber como vai retomar o emprego, melhorar a vida dela, como vai refazer seu projeto de vida", afirmou o deputado.

Reginaldo Lopes disputou a prefeitura de Belo Horizonte, mas obteve apenas 7,27% dos votos válidos no último domingo (2), não se cacifando para o segundo turno. A segunda fase da eleição na capital mineira será disputada por João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS).

REPAGINAÇÃO

O parlamentar afirmou ser "muito difícil acertar rumos no meio de uma guerra". Ele disse entender que os valores defendidos pelo PT, como defesa de gays, negros e pobres, estão vivos na sociedade, mas que o partido precisa resgatar sua marca, criminalizada por parte da população.

"Tem uma barreira. As elites conseguiram criminalizar a estrela, o 13, o PT. O que fazer?", afirmou Lopes, colocando como alternativas a refundação do partido ou a formulação de uma frente. " O resto é disputa de espaço e poder", disse.

AVALIAÇÃO

Integrantes da cúpula da corrente majoritária do partido, a CNB (Construindo um Novo Brasil), já haviam se reunido na noite de terça-feira (4), em Brasília, com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para discutir a situação da legenda e a escolha de seu novo presidente.

De acordo com um dos participantes, a avaliação é de que o partido ainda está muito "tocado" com o resultado de domingo, quando viu o número de prefeituras sob seu comando cair de 644, em 2012, para 256 –queda de 60%.

Um dos petistas que integrou a reunião prévia chegou a dizer que o PT havia sido "atingido no coração".

Este petista culpou também a Operação Lava Jato para a derrota acachapante do partido, principalmente as fases que tiveram como alvos os ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci, além da entrevista de procuradores com foco no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

PED

No encontro de ontem à noite, a CNB não chegou a um consenso sobre a antecipação do PED (Processo de Eleições Diretas), que deveria acontecer somente em novembro de 2017.

Uma ala da corrente defende a abolição do processo e que se faça a escolha do novo presidente no congresso do partido, em fevereiro ou março do ano que vem.

De acordo com Reginaldo Lopes, essa questão também não ficou definida na reunião desta quarta-feira.

No final desta tarde, o presidente do PT, Rui Falcão, deve conceder uma entrevista coletiva.

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