Veja passo a passo da investigação sobre origem do óleo que atinge Nordeste

Navio grego pode ser o responsável pelo vazamento

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São Paulo

Após dois meses, 286 locais atingidos em 98 cidades de todos os estados do Nordeste —e pelo menos 81 animais mortos—, o governo federal chegou a um suspeito de ter causado o vazamento de óleo que atingiu o litoral brasileiro.

Até o momento, mais de 2 mil toneladas de petróleo foram recolhidas das praias afetadas. Já se sabia que o produto vinha de três campos venezuelanos, mas a responsabilidade pelo desastre ambiental ainda era um mistério. 

Boubolina, navio petroleiro operado por empresa grega é suspeito de derramar o óleo que atinge o Nordeste, segundo a PF
Bouboulina, navio petroleiro operado por empresa grega é suspeito de derramar o óleo que atinge o Nordeste, segundo a PF - Leo Noordzij/Marine Traffic

Nesta sexta (1º), a Polícia Federal deflagrou a operação Mácula e cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços de empresas ligadas a proprietária do navio grego Bouboulina, suspeito de ser o marco zero do vazamento. 

Veja como a investigação evoluiu.

26.set 

Análise da Petrobras revela que petróleo não é brasileiro, segundo Ibama

5.out

Presidente Jair Bolsonaro (PSL) determina que PF, Marinha e Ministério do Meio Ambiente investiguem causas e responsabilidade do surgimento das manchas de óleo

7.out

Análise do óleo feita pela Petrobras indica que a origem é venezuelana, segundo antecipou a Folha

8.out

Marinha diz que principais hipóteses investigadas são naufrágio ou derramamento acidental de petróleo. O Cismar (Centro Integrado de Segurança da Marinha) identifica 140 navios-tanque que passaram pela área investigada em agosto

10.out

Venezuela nega responsabilidade pelo vazamento de óleo; análise feita pela UFBA diz que óleo é venezuelano

11.out

Simulações apontam que o petróleo veio do alto-mar, a pelo menos 400 km da costa

13.out

Governo pede explicações à Shell por barris encontrados no litoral nordestino; empresa diz que embalagens foram reutilizadas para transportar petróleo

17.out

Estudo de pesquisadores da URFJ indica que óleo pode ter vazado a pelo menos 600 km da costa entre Sergipe e Alagoas; Marinha informa que notificou 30 navios petroleiros para que prestassem esclarecimentos

22.out

O almirante Ilques Barbosa Júnior, comandante da Marinha, diz que 30 navios de dez países diferentes e ‘dark ships’ (navios sem identificação) estavam sendo investigados

25.out

Nova análise feita pela Petrobras concluiu que o óleo se trata de uma mistura da produção de três campos na Venezuela

26.out

Marinha revela que investigações começaram com 1.500 navios, dos quais apenas 140 continuaram a ser investigados. Após refinar apuração, número caiu para 30 navios. Segundo o almirante de esquadra Leonardo Puntel, comandante de Operações Navais da Marinha, 11 países foram notificados para informarem acidentes que possam ter provocado vazamento de óleo

30.out

Enquanto presidente interino, Hamilton Mourão diz que o governo reduziu as investigações a 11 navios, que a embarcação não era ilegal e que o vazamento teria sido causado por ejeção de óleo para manter estabilidade do navio

31.out

Cientistas delimitam três áreas que podem ser a origem do vazamento de óleo, uma a 350 km da costa da Paraíba, outra a cerca de 400 km da divisa de Pernambuco e Alagoas, e a última a 600 km da divisa entre Alagoas e Sergipe

1º.nov

Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em empresas ligadas à proprietária do navio mercante Bouboulina, de bandeira grega, indicado como responsável pelo derramamento de óleo na costa do Nordeste, ocorrido provavelmente em 28 ou 29 de julho; as empresas negaram vínculo com o navio


Segundo a Marinha e o Ministério da Defesa, a investigação contou com esforços em diferentes áreas de conhecimento, como o estudo da influência das correntes oceânicas, a análise do tráfego marítimo, o uso de geointeligência e a análise química dos resíduos.

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