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Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

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O Emmy importa? Talvez não, mas quem resiste a fazer apostas?

Entre multiplicação de plataformas de exibição e reinado dos algoritmos, prêmio perde parte de seu efeito

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Neste domingo ocorre a 76ª edição do Emmy, espécie de Oscar das séries. Mas, com tanta segmentação e todo o poder dos algoritmos, quão importante é um Emmy hoje para o alcance de uma produção? Alguém que não se vai ver ou deixar de ver "O Urso" ou "Xógum" por causa de um troféu?

Por anos, prêmios assim serviram tanto de lastro como de trampolim para a carreira de quem dirige, escreve, atua ou produz essas obras. Aumentavam o público e viabilizavam projetos futuros dos premiados —algo que, havendo poucas redes de TV aberta e não muito mais canais de TV com alcance maior, podia ser questão de vida ou morte para uma série.

Então veio o streaming, as possibilidades de exibição se multiplicaram, e os algoritmos passaram a reger a gama de escolha do público. Dados de audiência se tornaram uma incógnita, com poucas empresas dispostas a divulgar mais do que "horas assistidas" ou os famigerados top 10.

Entra em cena ainda outra peculiaridade da premiação atual, seu descompasso com o que está no ar no momento: as 23 indicações a "O Urso" (FX/Star+), por exemplo, são por sua segunda temporada, exibida no ano passado, não pela mais recente.

Dessa forma, o prêmio parece chegar atrasado e muito mais compactuar com o público consumidor de séries "premium" —veja o caso de "Bebê Rena", uma produção cujo sucesso surpreendente se deu inicialmente pelo boca boca— do que para propelir novos interessados.


Plataformas com mais indicações em 2024

  • Netflix  107
  • FX  93
  • HBO/Max  91
  • Apple TV+  72
  • ABC 38
  • CBS 38
  • Prime Video 37
  • NBC 33
  • Hulu 26
  • Disney+ 19

Tudo isso, claro, não impede ninguém de se divertir (ou se irritar) com o prêmio. Muito menos de fazer apostas. Então aqui vão as minhas principais:

Melhor série cômica "O Urso", e merece ganhar, apesar de não ser comédia nem de riso nervoso. O diretor/roteirista Christopher Storer traduziu a ansiedade de uma geração usando de palco uma cozinha. O recorde de indicações para comédia não é à toa, e o episódio "Peixes" é uma maravilha que em nada deve ao melhor do cinema (e já rendeu, aliás, o Emmy de atriz convidada a Jamie Lee Curtis).

Melhor série dramática "Xógum", que também acumula indicações (25), por recuperar um período histórico pouco abordado neste hemisfério com fôlego de épico de aventura. Esta colunista preferia dar o prêmio à última temporada de "The Crown", um trunfo de delicadeza. Mas a verdade é que a categoria está pouco empolgante neste ano.

Melhores ator e atriz em comédia Jeremy Allen White e Ayo Edebiri, ambos de "O Urso". Em uma raia de atrizes muito competitiva, Edebiri é uma bomba de carisma única, e nessa temporada foi elevada a coprotagonista. Allen White imprime em seu Carmy um magnetismo singular: você pode adorá-lo ou detestá-lo, mas é impossível não prestar atenção.

Melhores ator e atriz em drama Gary Oldman ("Slow Horses") e Imelda Staunton ("The Crown"), sempre impecáveis —não seria má ideia, também, premiar Donald Glover por "Sr. e Sra. Smith".

Melhor minissérie "Bebê Rena" (Netflix), pelo turbilhão que causa. Mas "True Detective: Terra Noturna" é provavelmente a melhor coisa desta leva.

Melhores atriz e ator em minissérie Jodie Foster ("True Detective") e Andrew Scott ("Ripley"), cujos gestos contidos e silêncios bem postos humanizam personagens que na vida real seriam gente execrável.

Emmy

Avaliação:

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