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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro 2020

Corinthians corre atrás do próprio rabo

Missão de montar uma equipe nova e vencedora não será fácil

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Dyego Coelho voltou ao comando do Corinthians contra o Fluminense, mesmo adversário pelo qual foi batido em sua despedida para a chegada de Tiago Nunes. Na passagem de 2019, o lateral direito campeão brasileiro de 2005 dirigiu a equipe em oito jogos e conseguiu dez gols. Exatamente o mesmo número de Tiago Nunes na classificação do Brasileiro 2020.

A média idêntica, e insuficiente, de 1,25 gol por jogo parece dar razão a Fábio Carille, demitido depois de levar 4 a 1 do Flamengo, com 32 gols em 30 partidas do Brasileiro, e que afirmava que com o atual elenco não era possível ser mais agressivo.

Com todo o respeito à visão de Carille, é necessário trabalhar para melhorar. Mesmo a médio prazo. A ideia inicial da diretoria é manter Coelho pelo menos até a eleição, mas isso só será possível se os resultados ajudarem. A derrota no Maracanã simboliza a dificuldade que haverá para Coelho fortalecer a equipe.

Dorival Júnior já recebeu sinal de que pode ser chamado para a emergência. Não de Andrés Sanchez.

Nem é verdade que há um só modo de jogar nos últimos 12 anos. Tite teve uma formação avassaladora e campeã com o melhor ataque e a melhor defesa do Brasil, 71 gols anotados em 38 jogos. Era bonito de ver.

Há oito meses, Tiago Nunes era avaliado como a revelação entre técnicos do Brasil. Ao aceitar o Corinthians, previu jogar futebol rock’n roll. Não conseguiu. Seu fracasso não é apenas seu. O clube anda em círculos.

Foram três treinadores no Brasileiro 2018, dois no de 2019, e Coelho já é o segundo em 2020. Há dois anos, enquanto lutava para ganhar a Copa do Brasil, o que poderia ter acontecido não fosse um gol mal-anulado de Pedrinho, Andrés Sanchez previa o futuro com nomes como Araos e Bruno Méndez. Não funcionaram.

Dyego Coelho assume o Corinthians após a demissão de Tiago Nunes - Sergio Moraes/Reuters

A oposição aponta gastos superiores a R$ 100 milhões em contratações que não deram certo. O reinício do trabalho será repleto de incertezas, menos pela qualidade do treinador e mais pela turbulência política, a dois meses das eleições.

Taticamente, Coelho terminou 2019 num 4-1-3-2, com Júnior Urso em papel semelhante ao de Gérson, no Flamengo. O reinício foi diferente, mas a busca será parecida com a de Tiago Nunes: mais pressão, mais agressividade.

Não há característica no elenco para fazer esse tipo de jogo, razão pela qual será difícil alcançá-lo com frequência. No Maracanã, o Corinthians não pressionou a saída de bola, não rodou a bola com paciência e mal chegou ao ataque para finalizar.

A rigor, a chance concreta foi numa cobrança de falta de Otero. Muito pouco.

Há dez dias, cogitou-se a preferência de Andrés Sanchez por Mano Menezes, se Tiago Nunes fosse descartado. Bastava olhar para a tabela e conhecer a história de trocas de técnicos para entender o risco contra o Palmeiras. Mesmo assim, Mano aceitou o convite do Bahia.

Confiou mais no projeto de médio prazo, em Salvador, que na incerteza pré-eleitoral do Parque São Jorge.

Apenas mais um símbolo de como não será fácil a missão, de Coelho ou do próximo escolhido, de montar um Corinthians novo e vencedor.

Último time de Coelho em 2019: 10 gols em 8 jogos - Folhapress
Último time de Tiago Nunes em 2020: 10 gols em 8 jogos - Folhapress

Cuca está bem

É fácil entender por que Cuca começou o clássico contra o São Paulo com Marinho no banco de reservas: Libertadores. Ele também já mexeu na forma de jogar e puxou Soteldo para ser o segundo atacante, por dentro. O Santos melhora a cada rodada.

Regularidade

O São Paulo ainda não tem regularidade e será difícil encontrá-la a partir de agora. O Brasileiro será um enduro de regularidade, com 5 dos 6 times mais bem classificados viajando para a Libertadores. Os altos e baixos serão maiores.

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