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Após anúncio de corte de impostos e troca de ministros, Liz Truss renuncia

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Liz Truss anuncia sua renúncia em frente ao número 10 da Downing Street, residência do primeiro-ministro britânico - Henry Nicholls/Reuters

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Chegou ao fim, depois de fugazes 44 dias, o tormentoso governo de Liz Truss no Reino Unido.

Anunciada nesta quinta (20), a renúncia ao cargo de primeira-ministra constitui o desfecho do vertiginoso processo de desintegração de sua liderança política —iniciado com o lançamento de propostas controversas para a área econômica que fizeram a libra colapsar.

Truss, cujo mandato está entre os mais breves da história britânica, chegou ao poder no começo de setembro, substituindo o bufão Boris Johnson, que, acossado por escândalos, renunciara ao cargo.

Sem receber a chancela das urnas, a primeira-ministra foi escolhida por meio de um processo interno do Partido Conservador, no qual tiveram voz e voto apenas parlamentares da legenda, na primeira fase, e seus filiados, na etapa final.

Sua ascensão se deu em meio a um contexto econômico especialmente difícil, com o aumento das contas de eletricidade e gás numa inflação que já atinge dois dígitos, além de uma recessão iminente.

O remédio oferecido para tais problemas, contudo, não poderia ter sido pior. Seu plano econômico, que previa os maiores cortes de impostos em meio século, mas sem medidas que compensassem o rombo na arrecadação, alarmou os investidores internacionais e recebeu críticas até do FMI.

A cotação da libra despencou, atingindo mínimas históricas em relação ao dólar e levando o Banco da Inglaterra a reagir com uma intervenção de emergência.

Numa reviravolta politicamente humilhante, Truss teve de retroceder em praticamente tudo. Para salvar a própria pele, demitiu o ministro das Finanças, arquiteto do plano e seu maior aliado.

Mas a mudança de rota forçada não foi suficiente para estancar a crise e, assim, a popularidade da líder naufragou. Segundo pesquisa publicada na terça (18), 87% dos britânicos consideravam que ela conduzia mal a economia. Já a desaprovação ao governo chegou a 77% —maior patamar em 11 anos.

Na quarta, a saída de mais um ministro de peso e a perda de apoio de boa parte dos correligionários conservadores selou de forma melancólica seu destino.

Com a derrocada histórica de Liz Truss, abre-se um novo período de incertezas no Reino Unido.

Enquanto a oposição ainda pressiona por novas eleições, que em tese só deveriam ocorrer em 2025, o Partido Conservador, consumido por disputas internas, parece não saber ao certo que rumo dar a um país que, desde o polêmico plebiscito do brexit, acostumou-se a tropeçar nas próprias pernas.

editoriais@grupofolha.com.br

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