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Contando com complacência do PT, MST retoma invasões após hibernar sob Bolsonaro

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Integrantes do MST invadem fazenda de eucalipto na Bahia - Divulgação/Coletivo de Comunicação do MST-BA

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Desde o começo de abril, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra invadiu ao menos nove fazendas no país —oito em Pernambuco e uma no Espírito Santo.

Somadas às três fazendas na Bahia em março, foram 12 propriedades rurais ocupadas ilegalmente em pouco mais de cem dias do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse número já é maior do que o de todas as invasões no primeiro ano de Jair Bolsonaro (PL) —as cifras variam, de acordo com as fontes, entre 8 e 11.

Nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, a média anual era de 305 e 246 invasões, respectivamente, segundo dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em 2015, nos estertores da gestão Dilma Rousseff (PT), foram 182.

No final do governo Michel Temer, em 2018, a quantidade havia despencado para 14; no ano passado, contaram-se 12.

No período, mais de 72 milhões de hectares foram incorporados ao programa de reforma agrária, e cerca de 880 mil títulos de terra foram entregues a beneficiários.

Lula foi o que mais incorporou terras (47,6 milhões de hectares) e menos concedeu títulos (105,5 mil), enquanto Bolsonaro foi o que menos incorporou (72 mil) e mais distribuiu posses (402,9 mil).

Fato é que a reforma agrária não foi ignorada pelos governos brasileiros —perdeu muito do sentido como política pública, isso sim, em razão da urbanização e da produtividade da agricultura mecanizada.

A súbita retomada das invasões do MST, pois, não tem justificativa além de um exibicionismo ideológico que conta com a costumeira complacência dos sócios petistas.

Durante a campanha eleitoral de 2022, Lula disse em entrevista que o MST ocupava apenas terras improdutivas. É falso, mesmo agora.

As três fazendas invadidas em março produziam celulose. Uma das áreas ocupadas em Pernambuco pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (a estatal Embrapa) e é usada para pesquisas científicas de manejo sustentável do bioma.

Não à toa, na segunda (17), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), considerou o episódio inaceitável, e a pasta emitiu nota condenando a ocupação.

Mas João Pedro Stédile, dirigente do MST, esteve na comitiva de Lula na China. O Planalto se associa a uma agremiação que faz uso de violência e só contribui para reforçar o antipetismo na sociedade.

editoriais@gurpofolha.com.br

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