Formado, e agora? Como driblar dificuldades para conseguir emprego
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‘Estou formado, e agora?’
Pegou o diploma na faculdade e não conseguiu emprego? Você não é o único. Conversamos com especialistas e recém-formados para entender o que está barrando a conquista por um trabalho.
→ Quais são as principais dores desses jovens?
1 - Empresas pedem experiência profissional
É aquele famoso dilema: como ganhar experiência se as empresas não dão oportunidades? Essa é uma das primeiras perguntas que o jovem faz ao ingressar no mercado.
O engenheiro civil Bruno Alencar, 26, está formado desde dezembro de 2021 e ainda não conseguiu uma oportunidade. O motivo? As vagas sempre exigem experiência e, apesar de ele ter feito estágios na faculdade, isso não é o suficiente.
Mas nem tudo está perdido. Qual é o seu storytelling (habilidade de contar histórias)?
Mesmo que você não tenha uma bagagem profissional, procure falar da sua história pessoal. Exemplo: meus pais não tinham condições de pagar uma faculdade, então fui atrás de uma bolsa de estudos, diz Tays Mazepa, gestora da Jornada para o futuro, do Grupo Cia de Talentos, que ajuda jovens a se prepararem para o mercado de trabalho.
2 - Falta de oportunidade de emprego na área de atuação
Pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios, empresa de recrutamento e seleção, aponta essa dificuldade. De acordo com o estudo realizado com 8.465 jovens que se formaram em 2019 e 2020, apenas 14,87% conseguiram trabalho na sua área de atuação.
A enfermeira Gabrielle Silva, 21, que se graduou em dezembro de 2021, conta que, devido a dificuldade de encontrar um emprego na saúde, já pensou em mudar de carreira para trabalhar com logística na posição de auxiliar administrativa.
Uma estratégia que os jovens recém-formados estão adotando para tentar driblar essa situação é se inscrever em programas de trainee, que geralmente exigem candidatos com até dois anos de formação, diz Jéssica Gondim, gerente de projetos na Companhia de Estágios, empresa especializada em recrutamento de estagiários e trainees.
3 - Pandemia
Os reflexos da pandemia também respingaram nos recém-formados.
As faixas etárias que incluem os jovens são as com maiores taxas de desemprego no país, segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro trimestre de 2022, os grupos de 14 a 17 anos lideram o desemprego com 36,45%, seguido pelos jovens de 18 a 24 anos com 22,8%.
As áreas que exigem experiência em conhecimentos técnicos e práticos foram as mais afetadas, como saúde e engenharia, afirma Gondim.
Gabrielle conta que pensou em trancar a graduação por ter perdido muitas aulas práticas no curso de enfermagem e não ter conseguido estágio nesse setor por conta do isolamento social.
4 - Alta concorrência
Já participou de uma vaga e bateu aquele desespero ao ver a quantidade de inscritos?
A publicitária Fernanda Prado, 22, está a procura de emprego desde que se formou em dezembro de 2021. Ela diz que o mercado da sua área está tão competitivo que precisa buscar cursos completamentes para se destacar entre os concorrentes.
Fernanda relata que, ao procurar trabalho no LinkedIn já percebe a concorrência: por exemplo, uma vaga está disponível há duas horas e já tem 500 candidaturas.
"Por este motivo, é fundamental pesquisar sobre demanda de mercado, média salarial, capacitações extras e habilidades requeridas da área de atuação a fim de obter diferencial competitivo mediante a crescente concorrência por oportunidades", diz Aline Sousa, especialista em recrutamento e seleção.
E o que os jovens estão priorizando nessa busca?
- Empresas que ofereçam qualidade de vida para que eles possam equilibrar a vida pessoal com o trabalho;
- O quanto a companhia pode ajudar no desenvolvmento e crescimento profissional;
- Modelo de trabalho flexível que combine atuação em casa e no escritório;
- Ter identificação e estar alinhado com os valores da organização.
Onde procurar emprego? Separamos uma lista de plataformas gratuitas que podem te ajudar:
→ Na seção Pergunte ao Recrutador, veja mais dicas. Dá um scroll.
Pergunte ao Recrutador
Especialista responde dúvidas sobre processo seletivo e busca por emprego
Seguem algumas dicas que podem ajudar o jovem recém-formado na faculdade a encontrar emprego:
1- Observe os descritivos da vaga
A partir dessa observação, é possível reunir os requisitos mais solicitados de acordo com o objetivo pleiteado para poder ir em busca de desenvolvimento e capacitações específicas.
2- Elabore um currículo estratégico
Com a estratégia do item anterior, é possível construir um documento direcionado e com as palavras-chave mais recorrentes da área de atuação, ficando mais simples se candidatar às vagas que tenham identificação com seu perfil.
3- Estreite seu networking
Na busca por um emprego, é essencial acionar os possíveis contatos potenciais que podem auxiliar de alguma forma. Podem ser professores, colegas ou gestores que teve nos estágios, por exemplo. Mantenha essas conexões ativas e se mostre disponível.
4- Busque redes de relacionamento profissional
O LinkedIn é a maior rede social profissional do mundo. Nessa plataforma é possível encontrar pessoas da mesma área, olhar as vagas existentes, compartilhar conhecimento e aprender. Portanto, faça seu perfil e explore sem moderação. Além dessa plataforma, existe o Peixe 30, outra rede profissional, em que é possível fazer vídeos de até 30 segundos, funcionando como um pitch (técnica de apresenção direta e curta) de venda da marca pessoal.
Não fique sem saber
→ Ex-ministro da educação Milton Ribeiro e pastores ligados a Bolsonaro foram presos pela Polícia Federa. A prisão ocorreu na quarta-feira (22). Além deles, mais pessoas foram detidas, como Luciano de Freitas Musse, advogado e ex-assessor do MEC, e Helder Bartolomeu, ex-assessor da Prefeitura de Goiânia.
- O motivo? Eles são suspeitos de operar um balcão de negócios na pasta do Ministério da Educação e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Reportagem de Paulo Saldaña, da Folha, revelou áudios em que Ribeiro diz priorizar amigos de pastor a pedido do presidente. Após a divulgação, ele se tornou alvo de pressão e decidiu deixar o ministério para tentar reduzir o desgaste do governo.
- E o que o Bolsonaro tem a dizer sobre isso? "Se a PF prendeu, tem um motivo, e o ex-ministro vai se explicar", disse o presidente, em entrevista à rádio Itatiaia de Minas Gerais no dia da prisão. No domingo (26), o mandatário saiu em defesa de Ribeiro. "O Ministério Público foi contra a prisão do Milton. Não tinha mínimo indício de corrupção por parte dele e no meu entender ele foi preso injustamente", afirmou em entrevista ao programa 4 por 4, feito por simpatizantes do presidente.
- A operação pode respingar nas eleições? Aliados do presidente veem o caso como "um verdadeiro desastre", que pode abalar o principal pilar que Bolsonaro bate na tecla: de que não há corrupção em seu governo. Também classificam a prisão do ex-ministro como o pior momento da campanha eleitoral.
- Mas nem ficou tanto tempo preso. Na quinta-feira (23), o juiz federal Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), mandou soltar Ribeiro.
- E como fica a operação? Apesar de estar solto, a apuração continua e ainda tem um bônus: a Folha revelou que o delegado da PF, responsável pelo pedido de prisão, disse que houve interferência na investigação que foi prejudicada por causa do suposto "tratamento diferenciado" concedido ao ex-ministro. O advogado do presidente, Frederick Wassef, negou que o chefe do Executivo interferiu na operação. Mas...essa suspeita pode gerar uma nova crise no governo.
- E tem mais... a PF confirmou 64 hospedagens dos pastores no mesmo hotel de Brasília, que seria usado como uma espécie de QG para negociações de verbas federais com prefeitos. As investigações mostram que o pastor Arilton Moura e o ex-assessor do MEC estiveram por dez vezes no mesmo local.
- Já tem gente falando em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MEC…a oposição reuniu 28 assinaturas, uma além do necessário, para instalar uma comissão que investigue as suspeitas sobre o ministério da educação. Porém, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já adiantou que, apesar da prisão ser grave, as apurações da CPI poderiam ser atrapalhadas pelo período das eleições.
- Opinião: O Brasil real escancara-se com Milton Ribeiro e pastores, escreve o colunista da Folha Janio de Freitas.
Ouça no podcast Café da Manhã o que se sabe sobre a investigação e quais os impactos dela no governo.
Entenda o caso Milton Ribeiro, os áudios e as suspeitas de interferência de Bolsonaro.
→ Depois de 49 anos, a Suprema Corte dos Estados Unidos tirou o direito constitucional ao aborto. Embora a mudança não proíba a prática, a legalização ficará sob responsabilidade de cada estado.
- Decisão já vinha sendo discutida. Em dezembro do ano passado, a Corte indicou que poderia abrir caminho para restringir a interrupção da gravidez. Agora, a sentença, aprovada por maioria de 5 votos a 4, considera válida a lei do Mississippi, que impede o aborto após 15 semanas de gestação, mesmo em casos de estupro.
- Repercussão: democratas criticaram a ação, que é elogiada pelos republicanos. "A Suprema Corte retirou expressamente um direito constitucional do povo americano. Eles não o limitaram, eles simplesmente o tiraram. É um erro trágico da Suprema Corte, na minha opinião", disse o presidente dos EUA Joe Biden. Um grupo de manifestantes também protestou contra a decisão em Washington na noite de sexta (24).
- Até as empresas dos Estados Unidos se envolveram. Netflix, Disney, Paramount, Tesla e Meta prometaram que vão cobrir despesas de funcionárias que desejam realizar o procedimento.
- No Brasil, também reverberou. A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, comemorou a decisão e diz esperar que cause impacto nas supremas cortes do mundo inteiro, inclusive no Brasil.
- Mas o que diz a lei no nosso país? Depois que a juíza Joana Ribeiro Zimmer induziu uma menina de 11 anos, grávida após ter sido vítima de um estupro, a desistir do aborto legal, o assunto ganhou evidência. Ela foi impedida de realizar o procedimento pois a gestação já passava de 22 semanas, mas na lei não há essa limitação. No Brasil, a interrupção da gravidez é permitida em casos de estupro, risco para a mãe e anencefalia do feto —esta última é válida por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
- O caso gerou repercussões. Cerca de 80 entidades enviaram ao Ministério da Saúde um documento pedindo revogação de um guia que cria barreiras para a realização do aborto legal e ignora casos em que o procedimento é garantido por lei.
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Opinião...leitores analisam atuação de juíza que impediu aborto em Santa Catarina.
Veja no levantamento da Folha: a cada aborto legal no Brasil, 11 meninas são internadas por interrupções de gravidez provocadas ou espontâneas.
Ouça no podcast Café da Manhã quais são os impactos da queda do direito ao aborto nos Estados Unidos.
Encontre sua vaga
Veja oportunidades de emprego para estágio, trainee ou efetivo aqui
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