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Dia do Vira-lata: veja perguntas e respostas sobre cachorros SRD

Data é lembrada em 31 de julho para conscientizar sobre cuidados e incentivar adoções

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Eles são preferência nacional. Com características únicas, podem ter diferentes cores de pelagem, mas o caramelo é a grande celebridade. Cachorros sem raça definida são maioria nos lares brasileiros, mas também lotam abrigos à espera de uma oportunidade.

São tidos como espertos e resistentes, mas verdades e mitos rodeiam esses animais, lembrados anualmente em 31 de julho. O Dia do Vira-lata chama a atenção para os cuidados e busca incentivar adoções.

Tucson Prime - Vira-lata adotado por concessionária ganha crachá e vira cãosulto
Tucson Prime, vira-lata que ficou famoso em 2020 após ser adotado por uma concessionária de carros no Espírito Santo - @tucson_prime no Instagram

Vira-latas ganharam esse apelido por serem frequentemente vistos nas ruas revirando latas de lixo em busca de alimentos. Mas, segundo Farah de Andrade, médica-veterinária da rede de farmácias DrogaVET, podem ser considerados sem raça definida os cães e gatos mestiços —animais provenientes do cruzamento de duas ou mais raças e que apresentam características de algumas delas—, animais que já não carregam traços de alguma raça e também os cães com misturas propositais, como o labradoodle —cruzamento de labrador com poodle.

De acordo com ela, essa mistura de raças dá aos vira-latas características físicas diversas, e a personalidade também pode variar bastante. Isso porque, além da influência da combinação de raças, cães e gatos sem raça definida que foram resgatados de situações de abandono ou maus-tratos podem carregar traumas e fobias.

"O ambiente em que cresceram afeta significativamente a personalidade dos pets, porém com muito carinho, paciência e orientação de adestradores é possível amenizar esses traumas e transformar a vida desses bichinhos. O mais importante é dar a eles a chance de terem uma família. Eles certamente irão retribuir com muita gratidão e amor", afirma.

Assim como com qualquer outro animal de estimação, cabe ao tutor garantir cuidados de saúde, alimentação e lazer por toda a vida. Por isso, a adoção sempre deve ser discutida em família, que deve avaliar custos e disponibilidade de tempo para o pet.

"Quem está interessado em ter um cão ou gato SRD em seu lar, deve ter em mente que é um compromisso para toda a vida. Os animais sentem dor, medo, saudade, alegria e tristeza, são parte da família e precisam de amor e cuidados", afirma Flavio Silva, médico-veterinário e supervisor de capacitação técnico-científica da PremieRpet.

Confira abaixo 6 perguntas e respostas sobre os vira-latas:

Cães de raça são mais propensos a desenvolverem doenças do que os vira-latas?

O veterinário Pedro Giovannetti, da Cobasi, explica que muitas raças, surgidas a partir de cruzamentos com objetivo de adquirir características físicas e comportamentais específicas, acabaram desenvolvendo doenças genéticas, como no caso dos cães braquicefálicos —os de focinho mais curto e achatado— que são mais propícios a terem problemas respiratórios, ou no caso de raças grandes ou gigantes criadas, mais propícias a problemas articulares.

Já o vira-lata desenvolveu uma certa resistência a doenças genéticas. Segundo ele, no entanto, isso não justifica a falta de cuidados com saúde e alimentação.

Vira-lata pode comer qualquer coisa?

O veterinário da Cobasi afirma que rações específicas são indicadas para oferecer benefícios de acordo com as características padronizadas de determinadas raças. Mas, no caso dos vira-latas, isso é impossível devido à mistura de raças. Mas o cuidado deve ser mantido de acordo com a fase de vida —filhote, adulto ou idoso— e o porte do SRD, respeitando as suas necessidades nutricionais

Cachorros de rua resgatados são mais carinhosos?

Animais tirados da rua trazem traumas que devem ser tratados com amor e paciência.

"Sou suspeito para falar, no começo da pandemia resgatei uma cachorrinha da rua, e podemos entender um pouco esse perfil: um animal assustado, com deficiências nutritivas, dificuldade de socialização e alguns traumas. A partir do momento em que ajudamos com uma casa, conforto, alimentação, amor e carinho, percebemos o quanto os cães de rua são gratos por cada cuidado oferecido, é perceptível o olhar de gratidão, até por lembrar das dificuldades vividas na fase da rua", diz Giovannetti.

Vira-latas são mais resistentes ao frio?

Não. A maioria dos SRD tem pelos curtos e, com temperaturas mais baixas, sentem frio e precisam de mais atenção com roupinhas, mantas e caminhas para se manterem aquecidos e confortáveis.

É mais difícil encontrar cachorro de rua de pequeno porte?

Vira-latas de porte médio e grande se destacam como a maioria da população de rua e de animais em abrigos no país. No entanto, segundo o veterinário, isso não quer dizer que os cães de porte pequeno sejam mais difíceis de serem encontrados.

"Na realidade, há também uma preferência dos tutores por cães SRD filhotinhos e de porte pequeno, assim, esses animais ficam menos tempo disponíveis para adoção e nas ruas, o que nos passa essa 'sensação' de que são mais difíceis de serem encontrados."

Vira-lata vive mais?

Giovannetti diz que esse é um mito muito famoso. No entanto, não existe comprovação científica de que os vira-latas vivem mais tempo do que os de raça. Os SRD são menos propensos a doenças genéticas e hereditárias, mas a expectativa de vida de um animal é influenciada diretamente pelos cuidados que recebe, o que inclui carinho, amor, atenção alimentação adequada e visitas periódicas ao veterinário.

Quer adotar?

Quem quiser adotar um vira-lata pode recorrer a canis municipais, a ONGs e protetores.

Para saber se o SRD é o pet certo para o estilo de vida do tutor e a dinâmica da casa, a PremieRpet oferece uma ferramenta chamada MatchPet. Basta responder a perguntas como o espaço disponível para o pet, preferência de atividades, se há outros animais compartilhando o mesmo ambiente --detalhes importantes para promover uma convivência feliz e saudável. A partir das respostas, há o "match" ideal. A plataforma também direciona o futuro tutor às ONGs parceiras do Instituto PremieRpet.

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