Pretos Olhares

Fotografia e outras linguagens da arte feitas por pessoas pretas

Pretos Olhares - Catarina Ferreira
Catarina Ferreira
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Mapa interativo apresenta artistas negros de todo Brasil

Projeto Afro reúne 180 biografias, além de artigos acadêmicos e sugestões de eventos

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São Paulo

No ar desde 2020, o Projeto Afro é fruto da pesquisa do curador alagoano Deri Andrade, que começou a reunir informações sobre pintura, escultura, fotografia e outras linguagens da arte em 2016. O site reúne o trabalho de mais de 180 artistas negros em um portal interativo.

Em cada página do Projeto Afro há uma pequena biografia do artista junto de suas principais obras e exposições. O objetivo é oferecer de forma gratuita um panorama da diversidade da produção afrobrasileira.

Deri conta ter começado a busca sozinho, a partir de um incômodo: não encontrar informações sobre artistas negros brasileiros organizadas em um mesmo lugar.

print screen de site na internet
A plataforma Projeto Afro, que abriga uma base de dados sobre 180 artistas negros brasileiros - Reprodução

Além de criar uma fonte de pesquisa para quem se interessa pelo assunto, o pesquisador diz querer aprofundar a discussão sobre a história da arte nacional, que durante muito tempo ignorou a influência de pessoas negras.

Por isso, além de um grande número de artistas contemporâneos, a plataforma também apresenta criações de nomes dos séculos 18 e 19.

"Essa produção artística é diversa, forte, tem muitos anos de atuação e pode estar em qualquer instituição, de qualquer lugar, inserida em qualquer contexto temático", afirma o pesquisador sobre a necessidade de incluir a arte produzida por pessoas não brancas em todos os espaços, não apenas os criados para discutir a questão racial.

O mesmo vale curadores e galeristas, ressalta Deri. Para ele, uma maior representatividade nos cargos de tomada de decisão no mercado da arte contribui para a percepção de que artistas negros não estão restritos a um nicho.

"É curioso ver como as instituições têm se voltado para o tema racial, com uma série de exposições, debates, seminários, mas ainda não há uma presença expressiva de profissionais negros nos cargos de poder nesses lugares."

O Projeto Afro começou de forma solitária, diz, mas hoje é um trabalho coletivo. Além dos textos escritos pelo curador, o site tem materiais feitos pelos próprios artistas e a colaboração de pesquisadores para publicação de artigos acadêmicos.

Com apoio do Instituto Ibirapitanga em 2023, o fundador do projeto tem trabalhado para expandir o alcance da plataforma. Ele tornou a iniciativa seu objeto de pesquisa no mestrado que cursa na USP (Universidade de São Paulo). Deri afirma já ter mapeado quase 400 nomes no total, que devem ser incluídos no mapa ao longo do próximo ano.

O que você quer ler aqui no blog? Tem alguma sugestão para o Pretos Olhares?
Escreva para catarina.ferreira@grupofolha.com.br

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