A queda de Felipão no Palmeiras só tem uma razão: disputou duas Libertadores seguidas e não obteve os resultados desejados.
Porque em nenhum momento a direção do clube cobrou melhor desempenho do time.
Enquanto ganhou o Campeonato Brasileiro passado, e ficou 33 jogos sem perder no torneio, estava tudo bem.
Se ser eliminado da Copa do Brasil pegou mal, a eliminação na Libertadores foi quase fatal, à espera do tiro de misericórdia dado pelo baile rubro-negro no Maracanã.
A ironia está em que o único título continental alviverde veio sob o comando de Felipão.
Copa do Brasil que ele já havia conquistado pelo Palmeiras em 1998, assim como pelo Criciúma, em 1991, feito repetido com o Grêmio, em 1994, por quem também ganhou a Libertadores, em 1995.
Fora a Copa do Mundo, em 2002, e outras taças menos votadas em mata-matas, como a Copa das Confederações, Recopas Sul-Americanas, Copa Sul-Minas, para ficar só nas conquistas em clubes brasileiros e nem citar o inédito vice-campeonato europeu com a seleção portuguesa porque, em Lisboa, a derrota na final para a Grécia era impensável.
E Mano Menezes?
Bem, ele vem de ganhar o bicampeonato da Copa do Brasil com o Cruzeiro, mas não foi adiante na Libertadores e deixou o clube mineiro à beira do rebaixamento, apesar de chegar ao Palmeiras com a missão de levá-lo ao bicampeonato brasileiro.
Ganhou ainda uma Copa do Brasil pelo Corinthians, em 2009, o que, provavelmente, seja seu maior defeito para os...palmeirenses.
Não fez muito mais que isso, porque subir Grêmio e Corinthians para a Série A era obrigatório.
Talvez a maior façanha dele tenha sido o vice da Libertadores com o tricolor gaúcho quando, com um time medíocre, chegou longe, mas acabou atropelado pelo Boca Juniors, assim como perdeu, em 2008, a decisão da Copa do Brasil para o Sport no comando do Corinthians, e a Olimpíada de Londres, em 2012, para o México.
Ou seja, não se trata do rei dos mata-matas, como parece supor a diretoria do Palmeiras.
Que, diga-se, diferentemente da maioria de nossos clubes, manteve a filosofia futebolística, como se disposto a enterrar de vez a herança das Academias em nome de jogar na defesa e privilegiar apenas o resultado.
Coisa que os palmeirenses mais antigos repudiam, com razão.
A ligação de Mano com os corintianos é coisa que se esquece com três vitórias seguidas.
Pois eis que os três próximos compromissos são convidativos: contra o Goiás e o Fluminense, dois triunfos mais que possíveis e, por coincidência, Cruzeiro, na casa verde, onde Rogério Ceni sempre se deu mal.
Na verdade, o maior problema do novo técnico esmeraldino está longe de ser o belo elenco que herda, apesar de todos os equívocos das contratações no atacado, ou a constante troca de treinadores da qual agora se beneficia.
O enorme obstáculo literalmente à frente do Palmeiras se chama Flamengo, com um grupo mais enxuto e muito mais bem escolhido, onde sobram talentos decisivos do goleiro ao ponta-esquerda, para usar terminologia em desuso, ou do número 1 ao 11, para usar também numerologia fora de moda.
Por mais que Maurício Galiotte, eternamente subserviente à patrocinadora, não acredite que seja sincero, a coluna segue sem descartar a volta por cima, porque tempo e time o Palmeiras tem para ainda encarar o Rubro-Negro.
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