Luciana Coelho

Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

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Descrição de chapéu Maratona

De 'Abbott Elementary' a Wandinha', veja quais são as melhores séries do ano

Produções estreladas que retomam universos conhecidos dividem o pódio com apostas independentes

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O ano acabou, as férias estão aí para muita gente, e quem estiver procurando o que maratonar pelos dias chuvosos de janeiro tem aqui como sugestão a lista das dez coisas mais bacanas vistas neste ano pela coluna.

Disclaimer, faltou ver "Andor" (Disney), talvez porque após os petardos que foram "Mandalorian" e "O Livro de Boba Fett" tudo que busca perpetuar o universo Star Wars cause arrepios, que está em várias listas festejadas de melhores do ano.

Cena da primeira temporada da série 'Ruptura' - Divulgação

10. "Pico da Neblina" (HBO) - Biriba e Salim, empreendedores da maconha recreativa, voltam para a segunda temporada desta série que imagina um Brasil onde o comércio da cânabis foi legalizado. Apesar do roteiro aquém do primeiro ano, há um personagem memorável: o chefe do tráfico CD, quase um Tony Soprano à brasileira vivido pelo rapper Dexter.

9. "Black Bird" (Apple) - O último papel de Ray Liotta, morto neste ano aos 67, é nesta série sobre um traficante boyzinho que, após ser preso, faz um acordo com a Justiça para obter informações de um assassino em série que cumpre pena no mesmo local. Paul Walter House está soberbo como o ambíguo Larry, acusado de matar adolescentes (ou não).

8. "A Casa do Dragão" (HBO) - O prólogo de "Game of Thrones" centrado na dinastia Targaryen tem boas doses de intriga política, drama familiar, lutas e rixas, sendo ainda mais palaciano (e shakespeariano) que o sucesso anterior. É verdade que falta a graça das múltiplas terras/reinos como cenário, mas Paddy Considine, como o moribundo rei Viserys, vale cada segundo.

7. "Dois Verões" (Netflix) - Esta minissérie dramática belga reconta a história de um estupro praticado por amigos 30 anos depois por múltiplas perspectivas - não apenas dos vários personagens como desses mesmos personagens em momentos diferentes da vida e da sociedade. Uma aula de roteiro.

6. "Wandinha" (Netflix) - Jenna Ortega dá corpo, alma e muito cinismo —além de olhos permanentemente arregalados— para a imaginação de Tim Burton sobre a filha mais velha de Gomez e Morticia Addams nessa espécie de romance de formação hiperbolizado. Divertido demais.

5. "O Conto da Aia" (Paramount) - A quinta temporada deixa as alegorias de lado e se aproxima do realismo de forma dilacerante para mostrar que Gilead, mais que um país fictício, é uma ideia carregada por muitos, socorro. De quebra, há a jornada a la Thelma e Louise vivida por June (Elisabeth Moss) e Serena Joy (Yvonne Strahovski).

4. "Abbott Elementary" (Star+) - Quinta Brunson escreve e protagoniza a melhor comédia de situação desde "The Office" (na qual, aliás, se inspira) tomando como cenário uma escola pública na Filadélfia. Falta de orçamento, diretora que prevarica, alunos cujos talentos são soterrados por problemas -tudo tem graça nas mãos de um elenco afinadísismo.

3. "Em Nome do Céu" (Star+) - Mais uma série que toma o fanatismo político e religioso como tema, esta calcada em um crime real e chocante ocorrido nos anos 1980 em Utah (EUA). Uma viagem instigante sobre como teorias conspiratórias, aspirações messiânicas e desprezo pela sociedade podem transformar cidadãos comuns em párias.

2 e 1. "O Urso" (Star+) e "Ruptura" (Apple) - As duas melhores séries do ano tratam da forma como lidamos com trabalho e o espaço que ele ocupa na nossa vida, podendo se tornar tanto um catalisador quanto um anestésico para todos os demais sentimentos. Depois de dois anos de pandemia, repensar essa relação parece compulsório.

"O Urso" é realista e se passa quase toda na cozinha de um restaurante de sanduíches, enquanto "Ruptura" é uma alegoria em tons de ficção científica oitentista na qual nossas personas do trabalho e da vida familiar/social são cirurgicamente separadas. A primeira aposta em uma estética urbana sujona, a segunda na assepsia dos cenários. A primeira tem um elenco pouco conhecido, e a segunda é cheia de grandes nomes. As duas são tremendamente bem executadas, com uma originalidade, cada qual a seu modo, cada vez mais rara na era do algoritmo.

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