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Senador do PT entra em confronto com deputado bolsonarista no Senado; veja

Rogério Carvalho (PT-SE) acusou Abilio Brunini (PL-MT) de fazer gesto supremacista durante a CPI do 8/1; deputado nega

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O senador Rogério Carvalho (PT-SE) e o deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) entraram em confronto no Senado Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (24). O desentendimento, que teve início durante a sessão da CPI do 8 de janeiro, acabou se desdobrando para um dos corredores da Casa.

Brunini pediu a palavra em meio à oitiva do sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), para negar que tenha feito um gesto supremacista mais cedo, enquanto assistia ao depoimento do militar. A associação tem circulado nas redes sociais.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) e o deputado federal Abílio Brunini (PL-MT) durante confronto nesta quinta-feira (24), no Senado Federal, em Brasília - Reprodução

O parlamentar bolsonarista afirmou que fez com os dedos o número três, para pedir um tempo de fala com três minutos de duração, e não a letra "w", que é associada ao movimento supremacista branco e faz referência à palavra "white" (branco, em inglês).

Em seguida, Brunini passou a vociferar contra o senador Rogério Carvalho, que havia acabado de discursar na CPI e estava se retirando da sala. "Vocês são um nojo. Vocês, esquerdistas, são um nojo. O que vocês estão fazendo... Estão atacando a minha família neste momento", afirmou o deputado, olhando e apontando para o senador.

Carvalho replicou, e o bate-boca se estendeu por cerca de um minuto. "Vergonha é o senhor", disse o petista, repetidamente. "Você fez o gesto supremacista mesmo", continuou, enquanto Brunini seguia gritando. "Olha lá a acusação", afirmava o deputado do PL.

Do lado de fora da CPI, o senador do PT reafirmou o seu posicionamento. "Na verdade, ele está sentindo o mal que ele faz a todo mundo. Se ele diz que é uma narrativa, quantas narrativas ele construiu ao longo da vida dele, mentindo para as pessoas? Agora, que ele fez o gesto, o ato supremacista, ele fez", disse à coluna.

"Agora quer dizer que não fez, que foi tirado de contexto? Ele passa o tempo todo filmando as pessoas para tirar de contexto e construir a narrativa mentirosa dele", continuou.

Carvalho ainda defendeu que a presidência da comissão, comandada pelo deputado Arthur Maia (União-BA), tome alguma atitude em relação a Brunini. "Ele que tem que tomar essa medida, ele que preside a sessão", afirmou.

Minutos depois, o deputado bolsonarista se dirigiu ao corredor em que o petista se encontrava, e o embate se intensificou. Brunini apontava um celular para o rosto de Carvalho e filmava a discussão. "O senhor me acusou de um ato que não é verdade", dizia. "O senhor está nervosinho", replicou Carvalho.

Os gritos dos dois podiam ser ouvidos por toda a extensão do Túnel do Tempo, como é conhecido o corredor que dá acesso às comissões do Senado. Após o senador petista deixar o local, Brunini afirmou que registraria uma ocorrência em delegacia contra o parlamentar.

Esta não é a primeira vez em que o deputado bolsonarista se envolve em algum tipo de confusão durante os trabalhos da CPI do 8 de janeiro, mesmo não sendo um de seus integrantes.

Na manhã desta quinta, o presidente da comissão já havia ameaçado retirá-lo da sala caso continuasse interrompendo a fala de integrantes da base do governo.

No mês passado, o deputado do PL se tornou alvo de uma representação junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara por supostamente fazer um ataque homotransfóbico contra a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).

Na ocasião, Brunini também foi repreendido pelo deputado Arthur Maia por filmar e debochar dos presentes, que interrogavam o tenente-coronel do Exército Mauro Cid.

Em resposta ao comportamento do colega, Hilton afirmou que o deputado do PL precisava "tratar sua carência em outro espaço", uma vez que o Congresso seria um lugar sério. O bolsonarista, então, teria questionado se a deputada estava "oferecendo serviços", segundo integrantes da CPI.

A representação contra Brunini por quebra de decoro deveria ser analisada pelo Conselho de Ética nesta semana, mas a sessão foi adiada.


TRIBUTO

A atriz Maria Fernanda Cândido participou da leitura de "O Livro Vivo", texto teatral de Giovani Tozi em homenagem ao apresentador Jô Soares, morto há um ano. A designer Flávia Pedras Soares, ex-esposa do humorista, compareceu ao evento ao lado da mulher, a cantora Zélia Duncan.

O escritor Matinas Suzuki Jr., autor em parceria com o apresentador de "O Livro de Jô: Uma Autobiografia Desautorizada", em que se baseou o texto teatral, também esteve presente. A leitura foi apresentada na semana passada, no Instituto Artium de Cultura, em São Paulo.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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