A pressão feita por aliados de João Doria (PSDB) para que o tucano Orlando Faria fosse exonerado da Prefeitura de São Paulo após declarar apoio a Eduardo Leite nas prévias do PSDB criou a oportunidade para que Ricardo Nunes (MDB) contemplasse um partido de sua base que pedia mais espaço.
Logo depois de confirmar a exoneração de Faria, Nunes convidou João Farias, nome influente do Republicanos no estado de São Paulo, para comandar a Secretaria de Habitação.
Farias já foi titular da pasta e deixou-a em 2020, quando PSDB e Republicanos não chegaram a acordo e entraram em disputa no primeiro turno das eleições municipais, com Bruno Covas e Celso Russomanno como candidatos.
No segundo turno, o Republicanos se reaproximou e apoiou Covas contra Guilherme Boulos (PSOL), mas nunca havia recuperado o espaço perdido.
Com a saída de Faria, Nunes teve a oportunidade de satisfazer os aliados. A pasta também era cobiçada pelo PP, em relação ao qual também houve distanciamento nas eleições de 2020. Como mostrou o Painel, Covas via aproximação excessiva entre o partido e Bolsonaro e decidiu deixá-lo sem secretarias na cidade.
Em entrevista ao Painel nesta quarta-feira (10), Orlando Faria disse que sua saída foi definida após pressão do governo João Doria, que teria ficado incomodado com sua declaração de apoio ao adversário gaúcho nas prévias e pressionado Nunes por sua exoneração.
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