Pivô de uma disputa com Arthur Lira (PP-AL), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse ao Painel nesta quarta-feira (31) que não foi informado do incômodo do presidente da Câmara com a manutenção de seu filho, Renan Filho (MDB-AL), como ministro dos Transportes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo membros da ala política e parlamentares governistas, Lira fez chegar na noite de segunda-feira (29) ao próprio presidente Lula, à Casa Civil e à Secretaria de Relações Institucionais a reclamação de que estava insatisfeito com mensagens publicadas por Renan em redes sociais.
No Twitter, o senador chamou Lira de caloteiro, acusou-o de desviar dinheiro público e de ter batido na ex-mulher. O presidente da Câmara mandou recado ao Planalto de que considerava inadmissíveis as declarações do senador da base de Lula e que o governo estava sendo leniente ao manter Renan Filho, à frente do Ministério dos Transportes.
"Eu só não quero que o Arthur deixe de ser nosso adversário em Alagoas. Ele tem sido nosso freguês", alfinetou o senador.
Sobre as publicações nas redes sociais, Renan disse que "tinha que falar". Afirmou que o presidente da Câmara continua "perseguindo Alagoas, tramando contra o governo e dificultando o papel constitucional do Senado".
Na semana passada, o parlamentar e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) tiveram uma conversa longa com Lula e os principais articuladores do governo sobre as dificuldades que vêm enfrentando no Congresso Nacional.
"O Arthur Lira não quer que o governo tenha maioria. Ele inviabilizou grande parte das medidas provisórias e tem uma entrada na própria bancada do PT. Por isso dissemos que não participaríamos da CPMI de 8 de janeiro: porque ele preparou uma armadilha."
Renan avalia as derrotas sofridas pela gestão petista não devem se repetir no Senado. Em mais uma crítica, diz que o Senado não tem porque "seguir esse rito legislativo da chantagem" de Lira.
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