Secretário de Segurança Pública de Tarcísio de Freitas (Republicanos), Guilherme Derrite sugeriu ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o nome do delegado Osvaldo Nico Gonçalves para a vice de sua chapa à reeleição para 2024.
Delegado da Polícia Civil, Nico atualmente é secretário-executivo da Segurança Pública e trabalha com Derrite. Nesta segunda-feira (30), a Jovem Pan publicou que Tarcísio tenta convencer o prefeito a aceitar o nome do delegado.
Segundo apurou o Painel, Derrite sugeriu o nome de Nico em um encontro fechado com o prefeito e o governador. Tarcísio então classificou o delegado como "um bom nome".
Nico diz à coluna que ficou lisonjeado com a recomendação, que enxerga como um reconhecimento aos mais de 40 anos dedicados à Segurança Pública. Ele afirma que já foi filiado a um partido político, mas que não se lembra mais qual era, e que hoje estaria disponível a se filiar a qualquer sigla da coligação de Nunes.
Sobre a possibilidade de ser vice de Nunes, diz que precisa conversar com Derrite e Tarcísio e que não descarta.
Conhecido como midiático, Nico participa frequentemente de casos rumorosos da Polícia Civil. Em 2005, entrou em campo no estádio do Morumbi e deu voz de prisão ao jogador argentino Desábato, do Quilmes, que havia utilizado um termo racista para xingar o atacante Grafite, do São Paulo.
Mais recentemente, em 2020, foi o responsável por prender em Atibaia (SP) o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e amigo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Responsável pela indicação de Nico, Derrite tem sido alvo de críticas relacionadas à Operação Escudo, a mais letal da Polícia Militar paulista desde o massacre do Carandiru. Ela tem recebido críticas em meio a denúncias de supostos abusos e de mortes de pessoas não vinculadas ao crime organizado, o que tem sido negado pelo secretário e pelo governador.
O perfil de Nico contrasta com o de Marta Suplicy, secretária de Relações Internacionais de Nunes que tem sido sugerida pelo PL para a vice de Nunes. A ex-senadora foi filiada ao PT por 33 anos e construiu relações próximas com movimentos sociais, de direitos humanos e periféricos ao longo de sua trajetória.
Para os que defendem seu nome, ela ajudaria Nunes a tirar votos da esquerda que iriam para Guilherme Boulos (PSOL), seu provável concorrente em 2024.
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