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Guilherme Derrite

A operação policial em Guarujá foi bem conduzida? SIM

Até agora, laudos não apontaram ilegalidades ou comprovações de supostas denúncias

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Guilherme Derrite

Secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo

Logo no início da gestão do governador Tarcísio de Freitas, no dia 8 de fevereiro, recebi mais de dez representantes da Baixada Santista na Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Era a primeira de várias e extensas reuniões que tive com essas lideranças, que sempre traziam a mesma preocupação: o avanço territorial do crime organizado em nossas cidades litorâneas.

Após anos de leniência e tibiez de gestões anteriores no enfrentamento ao crime organizado na Baixada, São Paulo agora tem um governo determinado a devolver à população todos os espaços tomados por criminosos e traficantes. Para quem não convive com o impacto brutal do crime, a ideia de que existam locais onde a polícia não entre pode parecer irreal. Para o governador e o comando da Segurança Pública, essa situação não é apenas irreal, mas terminantemente inadmissível.

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Movimentação de PMs do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) na Vila Baiana, em Guarujá, onde suspeito foi morto por policiais - Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress - Folhapress

As polícias de São Paulo agem com coragem e não se omitem ante o recrudescimento de ataques contra as forças de segurança e da criminalidade contra a população de Guarujá, Santos e cidades vizinhas, em reação covarde dos bandidos às ações do Estado. Reforçamos ainda mais o policiamento e, em 23 de junho, iniciamos a Operação Impacto Guarujá.

Pouco mais de um mês depois, no triste dia 28 de julho, um criminoso disparou contra uma viatura da Rota, matando o soldado Patrick Bastos dos Reis e ferindo na mão o cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya.

Nos últimos meses, Reis foi o sétimo policial morto por bandidos na Baixada, que ainda registrou 12 agentes feridos em ataques criminosos. Imediatamente, a pasta deflagrou a Operação Escudo como um sinal claro de que iremos desarticular o tráfico de drogas e de que, em São Paulo, o território é da população.

Até sexta-feira (10), a Operação Escudo resultou em 313 criminosos presos, sendo 113 procurados pela Justiça, 15 adolescentes apreendidos, 44 armas ilegais a menos nas mãos do crime e 780 kg de drogas apreendidas. A quantidade de pasta-base de cocaína apreendida renderia R$ 1,5 milhão ao crime organizado se chegasse à Europa ou aos EUA.

Como a Operação Escudo asfixiou ainda mais as finanças do crime organizado, a reação das quadrilhas foi violenta. No curso das ações policiais, 16 suspeitos que reagiram às abordagens foram mortos —um deles era um dos líderes do crime organizado na região, e 11 dos mortos tinham passagens policiais por crimes graves. Houve apreensão de pistolas e revólveres com números suprimidos, centenas de cartuchos de munição, radiocomunicadores e grandes quantidades de cocaína e maconha.

Nossa intenção não é e nunca será o confronto, mas a ação policial contra agressões e atentados criminosos é inegociável. Cada uma das mortes é investigada pelo Deic-Santos, com assessoramento do DHPP (divisão de homicídios) e pela Corregedoria da PM. Todas as imagens captadas pelas câmeras corporais, nos casos de equipes que as portavam, já foram encaminhadas aos órgãos responsáveis pelas apurações.

Caso as investigações apontem indícios de irregularidade ou conduta indevida por parte de policiais, serão tomadas medidas legais e administrativas. Porém, a Secretaria da Segurança repudia com veemência qualquer tentativa de minar a credibilidade das polícias paulistas. Até o momento, nenhum laudo preliminar apontou ilegalidades ou comprovações de supostas denúncias. Tanto é que a Operação Escudo prossegue sem intervenções do Ministério Público ou do Poder Judiciário.

Com total respaldo do governador, a secretaria reforça a importância da continuidade da operação para desarticular o crime, retirar armas ilegais de circulação, apreender drogas e atacar a cadeia logística local e transnacional do crime. Gary Stanley Becker, vencedor do Prêmio Nobel e escritor da Teoria Econômica do Crime, observou que o crime é, essencialmente, uma atividade econômica. Assim, a melhor forma de enfrentá-lo é fazendo com que ele deixe de compensar.

As polícias de São Paulo não se intimidam. Continuaremos a atuar de forma técnica, mas sempre com coragem e determinação. O compromisso primordial do governo paulista é a defesa irrestrita da sociedade e da cidadania, e as forças de segurança não se desviarão desse objetivo.

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