Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) não pretende discursar no ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) para domingo (25), na avenida Paulista. O emedebista já disse que comparecerá ao evento, que tem gratidão por projetos elaborados em parceria com o governo federal e que considera a manifestação democrática.
O protesto na avenida Paulista faz parte de reação de Bolsonaro e seus aliados à investigação da Polícia Federal que mira suposta tentativa de golpe para mantê-lo na Presidência. A trama antidemocrática teria sido discutida antes e depois das eleições de 2022.
Um dos organizadores do ato, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse ao Painel que Nunes será o único prefeito no trio elétrico principal e que terá direito a discursar, se assim desejar. Malafaia afirma que fará um controle rígido do uso do microfone, para que o evento não se torne cansativo.
Segundo ele, discursarão o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o senador Magno Malta (PL-ES), os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO) e Bolsonaro, além do próprio Malafaia. Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, realizará uma oração coletiva.
Os aliados de Nunes se dividiram a respeito de sua presença no ato. No MDB, o entendimento foi o de que ele não deveria participar, sob risco de ter sua imagem contaminada pelas denúncias imputadas a Bolsonaro e de se associar demais a uma figura com alto nível de rejeição na capital.
Outros aliados destacaram, por outro lado, que Bolsonaro poderia se irritar com a eventual ausência, retirar o apoio à reeleição e lançar um concorrente que poderia prejudicar a candidatura de Nunes.
Ao chegar no ato acompanhado de Tarcísio e sem discursar, Nunes tenta se mostrar solidário ao ex-presidente, mas sem vincular demasiadamente sua imagem à dele.
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