O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou a denúncia de calúnia, difamação e crime de perseguição movida pelo empresário Nelson Tanure contra Vladimir Timerman, dono da Esh Capital. Em caso de condenação, a pena pode chegar a dois anos de prisão.
A disputa entre os dois teve início no ano passado, quando Timerman acusou Tanure de cooptar acionistas minoritários para assumir o controle da Alliar, uma empresa de exames médicos, na qual o empresário tem participação.
Timerman chegou a ter suas redes sociais suspensas por descumprir uma decisão judicial em que ficou proibido de postar ataques e ofensas a Tanure.
Além da suspensão, a Justiça estabeleceu multa de R$ 100 mil e advertiu que, em caso de novo descumprimento, sua prisão preventiva seria decretada.
No processo, o Ministério Público também afirma que, no início do ano, o gestor procurou os advogados de Tanure alegando ter "seis bombas" contra o empresário. Ele teria pedido dinheiro e ações da Gafisa, empresa na qual Tanure é acionista de referência, para seguir em silêncio.
Vladimir Timerman também é cobrado pelos prejuízos de cerca de R$ 130 milhões causados pela queda do preço das ações de ambas as empresas em razão das reiteradas publicações realizadas em seu perfil no X (antigo Twitter) contra Tanure.
Procurado, Timerman disse ao Painel S.A. que a denúncia é uma tentativa, por parte de Nelson Tanure, de retaliar e silenciar quem está denunciando indícios de ilícitos no mercado de capitais. Ele afirma que esse é um "padrão de comportamento" do empresário.
"As evidências dos fatos que noticiei, pelos quais o sr. Tanure se sente perseguido por mim, foram confirmadas pelas áreas responsáveis na CVM [Comissão de Valores Mobiliários] e estão sob investigação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. As apurações mostrarão que eu relatei apenas o que de fato aconteceu e procurei proteger os acionistas minoritários", disse Timerman.
A defesa de Tanure não quis se manifestar.
Com Diego Felix
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