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Empreendedorismos Social: de carreira a ciência

Crescimento do interesse por criação de negócios de impacto leva Universidade de Harvard a criar cursos sobre o tema

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Adriana Mallet

Médica, CEO e co-fundadora da startup SAS Brasil. Foi eleita empreendedora social do ano pela Fundação Schwab em 2022

Sabine Zink

Educadora Física pela Unicamp, com mestrado em Educação Física pela mesma universidade. É professora de Tênis de Campo na Sociedade Hípica de Campinas e co-fundadora da SAS Brasil.

Empreendedorismo social. Se você está lendo esta coluna, com certeza tem familiaridade com o assunto. Aliás, a Folha de S. Paulo é pioneira e referência em fomentar o tema no Brasil.

Lembramos nitidamente a primeira vez que ouvimos o conceito. Foi em um documentário chamado "Quem se importa?", de Mara Mourão. Nele, a diretora apresenta as histórias, os projetos e as experiências de transformação de 19 empreendedores sociais do Brasil e do mundo. Saímos do documentário transformadas.

Duas mulheres jovens aparecem sentadas em cima de uma plataforma (não é possível identificar o objeto); ambas usam camisetas vermelhas e calças pretas; ambas possuem cabelos lisos, porém uma deles possui cabelos claros e a outra cabelos escuros; elas sorriem para a foto e estão lado a lado
Sabine Zink e Adriana Mallet, fundadoras da SAS Brasil, prestes a embarcar na primeira expedição para levar atendimento médico para pessoas com acesso limitado à assistência. - Divulgação

Aquele nome "empreendedores sociais", resumia tão bem o que queríamos ser. E lá, na porta do cinema, decidimos que precisávamos fazer alguma coisa. Foi assim que a semente da SAS Brasil foi plantada e logo começamos a jornada com um grupo de oito amigos que viajaram pelo sertão brasileiro levando atendimento médico com brincadeiras.

Com a mão na massa e nosso modus operandi de fazer aprendendo e aprender fazendo, passamos a levar o lema da SAS Brasil, "A saúde é a alegria do corpo. A alegria é a saúde da alma" para os quatro cantos do país.

Quando nos demos conta, a SAS Brasil não parava de crescer e o que começou como um hobby, virou nossa profissão e paixão, e de mais 50 pessoas que vivem a SAS Brasil com a gente, todos os dias.

Quando ganhamos o Prêmio Empreendedor Social, da Folha, e depois fomos selecionadas para a rede de empreendedores da Fundação Schwab, o empreendedorismo social teve mais um impacto importante nas nossas vidas. De repente, nos vimos parte de um dos mais reconhecidos grupos de empreendedores sociais do mundo.

E, mais uma vez, assim como naquela sala de cinema, um novo horizonte se abriu. Em março deste ano estivemos em Harvard, em um curso que reuniu empreendedores sociais de 19 países diferentes. O curso é inteiramente customizado para pessoas que trabalham para desenvolver soluções que impactem a sociedade de forma positiva.

Os professores da Harvard Kennedy School e da Harvard Business School estruturam as aulas focadas para o desenvolvimento de capacidades de lideranças para promoção de mudanças sistêmicas e em escala. São docentes que dedicaram anos ou décadas de pesquisa para entender os fatores decisivos que levaram empreendedores sociais do mundo a terem sucesso.

Se no documentário "Quem se Importa?" aprendemos que o empreendedorismo social poderia ser uma carreira, em Harvard aprendemos que ele é uma ciência, sendo repleto de conhecimentos e práticas. E, nesta jornada de aprendizados, ficamos sempre motivadas a fazer cada vez mais e melhor para continuarmos a nossa construção de uma sociedade melhor. Esse caminho parece estar cada vez mais aberto para nós, empreendedores sociais.

Recentemente vimos como a promoção da Economia Solidária e Sustentável é um dos temas centrais para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam atingidos. No mês de maio a Organização das Nações Unidas adotou a primeira Resolução voltada para a temática, sendo um marco importante para que governantes do mundo inteiro coloquem o empreendedorismo social como um dos focos de políticas públicas e incentivos econômicos.

Com isso, vemos que seja como carreira, ciência ou política pública, a agenda de empreendedorismo social vem ganhando força. Aqui no Brasil acreditamos que os empreendedores sociais têm uma grande oportunidade em assumir o protagonismo. Por isso fica aqui o convite para que o tema também faça parte do seu dia a dia, para que o movimento da economia social ganhe cada vez mais força.

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