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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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O Santos da posse parece vítima preferencial do Corinthians rei de clássicos

Times de Sampaoli e Carille são opostos como o preto e o branco de suas camisas

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Santos e Corinthians já se enfrentaram este ano, em amistoso no Itaquerão que terminou 1 a 1
Santos e Corinthians já se enfrentaram este ano, em amistoso no Itaquerão que terminou 1 a 1 - Ivan Storti/Santos FC

O Corinthians é o Robin Hood do Campeonato Paulista. Tira dos ricos para entregar aos pobres. Ganhou seus dois clássicos, contra o Palmeiras, por 1 a 0, e São Paulo por 2 a 1. Mas perdeu para Guarani, Red Bull e Novorizontino, empatou com São Caetano e São Bento. Não é novidade absoluta, porque Fábio Carille assistiu à sua equipe ganhar o estadual do ano passado e também perder pontos para cinco times modestos, incluindo o confronto contra o Bragantino nas quartas de final.

Desde que assumiu o time, em 2017, Carille é o rei dos clássicos. Massacra o Palmeiras e se impõe ao São Paulo. O retrospecto não é tão bom contra o Santos, adversário deste domingo (10), em Itaquera. Em oito Dérbis, venceu sete e perdeu um. Em dez Majestosos, ganhou cinco, empatou quatro e só foi derrotado uma vez. Contra os santistas, venceu duas, empatou duas e perdeu uma. Não está ruim. Mas venceu menos vezes do que as que saiu sem o triunfo.

O Corinthians de Carille é um ser vivo. Transforma-se. No início, em 2017, tinha como jogada mais usada o lançamento de Cássio para Jô desviar de cabeça, época em que costumava ganhar com menos posse de bola que o adversário. Naquele período, venceu o Santos duas vezes, com 44% e 51% de tempo com trocas de passes. Na derrota para o Santos de Levir Culpi (2 a 0), teve 56%.

A fase corintiana neste Campeonato Paulista é um híbrido de tudo o que houve desde que Carille assumiu. O treinador deseja trocar mais passes. Ainda não chegou ao ponto ideal e há razões para isso. O Corinthians foi o time brasileiro com maior número de contratações desde janeiro (12) e demorou para ganhar um jeito próprio de atuar. Aos poucos, fica mais forte. Júnior Urso como meia e elemento surpresa, a definição do sistema tático 4-1-4-1, tudo isso fortalece.

Mesmo assim, voltou à arma de 2017 e ganhou os clássicos quando deu o controle ao adversário. Teve 36% de posse de bola contra o Palmeiras e 48% contra o São Paulo. Contra o Novorizontino, foram 58%. Perdeu. O jogo em que mais controlou a bola foi contra o Botafogo, em Ribeirão. Venceu.

Posse de bola é um índice. Só é importante quando simboliza se uma equipe consegue impor seu estilo. O Manchester United não alcançou 300 passes contra o PSG e ganhou por 3 a 1. Se fosse o Manchester City, de Guardiola, com 36% de bola no pé, algo estaria errado. Há diferentes maneiras de jogar e de vencer.

O Santos começou o ano brilhante com Sampaoli. Incrível como times menosprezados em janeiro tornam-se fortes durante o ano. Nesta década, há exemplos fartos. O Santos de 2010, o Cruzeiro de 2013, o Corinthians de 2017, o Grêmio de Renato Gaúcho. Quanto mais se exaltam grandes contratações, mais os elencos discretos transformam-se em times especiais. Não é receita. Mas isso se repetiu com o Santos.

Quarta força em janeiro, virou atração em fevereiro e tem o melhor ataque do Brasil. Mas empatou três de seus últimos seis jogos. Como qualquer técnico, Sampaoli precisa ser avaliado ao final de cada campeonato.

Com o maior índice de passes e posse de bola do Paulista, parece vítima preferencial do Corinthians rei de clássicos.

Acontece que Sampaoli também tem retrospecto invejável em jogos importantes. Quando dirigia a Universidad de Chile, entre 2010 e 2012, jogou seis vezes contra o Colo Colo, grande rival. Ganhou três, empatou um e perdeu dois. Em todos, exerceu seu estilo: marcação pressão e posse de bola. Não importa se o clássico é contra o Corinthians, em Itaquera, onde o Santos jogou nove vezes e só venceu uma. Sampaoli vai fazer seu time jogar. Ganhar é outro problema.

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