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Festa do Livro da USP aumenta vendas e rebate críticas a seus descontos

Edição que aconteceu em novembro vendeu 14% mais que a última versão presencial, há três anos

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A Festa do Livro da Universidade de São Paulo vendeu 14% mais livros este ano em comparação com sua última edição presencial, em 2019. Se naquele ano foram comercializados cerca de 350 mil livros, o evento que aconteceu em novembro passou a marca dos 400 mil, por 191 editoras.

Segundo estimativa do Corpo de Bombeiros, passaram cerca de 10 mil pessoas por dia pelas ruas da Cidade Universitária, contra 8.000 na edição anterior.

pessoas comprando livros em tendas
A Festa do Livro da USP aconteceu em novembro, na Cidade Universitária, em São Paulo - Bruno Tenan/Divulgação

"Estava atapetado de carros", diz Sergio Miceli, presidente da Edusp e responsável pela organização da festa, que oferece descontos massivos a um público principalmente estudantil. "Mas vem muita gente de fora. As pessoas saem com sacolas, com malinhas para botar os livros."

A proporção imensa tomada pela festa tem gerado incômodo no mercado editorial. Livreiros reclamam, por exemplo, que o público deixa de movimentar as lojas nesta época do ano à espera dos preços baixos nas feiras universitárias, com os quais as livrarias não têm como competir.

"Nós não montamos a feira com essa ideia", afirma Miceli. "Temos critérios acadêmicos que as editoras precisam cumprir, de ter livros que interessam aos estudantes e que são adotados na universidade."

O professor ressalta ainda a força da venda dos livros de fundo de catálogo, aqueles mais antigos que quase nunca encontram exposição nas livrarias. "É uma feira que expressa bem a produção intelectual brasileira, de uma forma que não acontece em outros momentos. Há ali comércio de livros que não foram vendidos o ano inteiro."

obra de arte em azul, preto, amarelo, laranja e vermelho
Obra de Abdias do Nascimento estampa a capa da coletânea 'O Negro Visto por Ele Mesmo', da historiadora Beatriz Nascimento, cujo trabalho vem tendo um bem-vindo resgate no mercado editorial, dessa vez pela Ubu - Divulgação

A AMIGA GENIAL A Intrínseca vai publicar no começo do ano o livro de Elena Ferrante que saiu na Itália faz pouco tempo. "As Margens e o Ditado" é um compilado de quatro ensaios inéditos da autora sobre a odisseia da escrita, mobilizando referências da literatura de seu país como Umberto Eco e Dante Alighieri.

QUEM FOGE E QUEM FICA E a Âyiné lança duas obras ensaísticas do lendário editor italiano Roberto Calasso, morto no ano passado. "Bobi" reúne suas memórias com Roberto Bazlen, cofundador da editora Adelphi, e "Memè Scianca" é uma reunião de escritos sobre sua infância em Florença.

A MENINA PERDIDA A Carambaia está soltando na praça uma nova tradução de "O Coração É um Caçador Solitário", abre-alas da literatura de Carson McCullers, uma das grandes escritoras americanas do século 20. A responsável pela nova versão é Rosaura Eichenberg, com posfácio da pesquisadora Giovana Proença Gonçalves. Já se passaram 15 anos desde a última edição, pela Companhia das Letras, deste clássico sobre a marginalidade nos Estados Unidos.

BANG O jornalista Chico Felitti lança o livro "Rainhas da Noite" na próxima quinta, às 20h, no teatro Núcleo Experimental ao lado da escritora Amara Moira. A obra, que conta a história das travestis que dominavam a vida noturna da cidade de São Paulo, já tinha saído em audiolivro e agora ganha versão impressa pela Companhia das Letras.

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