Le Jazz completa 12 anos e compartilha suas receitas em livro

Publicação reúne histórias de bastidores e apresenta 44 pratos e drinques

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Em dezembro de 2009, a rua dos Pinheiros ainda estava longe de ser uma das mais bombadas e gastronômicas do bairro mais bombado e gastronômico da cidade.

Mas foi ali, entre as esquinas da Joaquim Antunes e Cônego Eugênio Leite, em um imóvel antes ocupado por uma oficina, que Chico Ferreira e Gil Carvalhosa Leite escolheram plantar um bistrô de alma bem francesa, o Le Jazz.

São Paulo experimentava a moda da cozinha contemporânea, com suas desconstruções e experimentos moleculares, mas a dupla escolheu o caminho inverso e apostou no cardápio clássico francês.

Filet à la moutarde, uma das receitas clássicas do restaurante Le Jazz - Romulo Fialdini/Divulgação

Também faziam sucesso as casas imponentes, erguidas com investimentos milionários, mas os dois preferiram inaugurar uma loja pequenina e aconchegante, que não trabalhasse com reservas, e que acabou incorporando as longas filas à decoração da fachada.

O resultado, o paulistano já conhece: a fórmula se revelou certeira e o Le Jazz deu cria nos anos seguintes, já com Paulo Bitelman na sociedade, ganhando mais três unidades, maiores e mais cintilantes. A rua dos Pinheiros, que antes servia de passagem apressada entre importantes avenidas, ficou marcada pela história do restaurante —quem costuma circular por lá nos fins de semana atesta.

A história é contada pelo jornalista Luiz Américo Camargo em "Alma de Bistrô – A Trajetória do Le Jazz", livro que acaba de sair do forno pela editora Amê Content.

Em 272 páginas ricamente ilustradas por fotos de Romulo Fialdini, Camargo entretém o leitor com todas as histórias dos bastidores do empreendimento, desde a concepção do projeto e a construção do cardápio até a relação estreita com clientes comuns e famosos —tudo entrelaçado com pitadas generosas de cultura francesa e jazz.

A minuciosa documentação que os sócios guardaram, com direito a fotos da montagem do salão, e uma coletânea de textos de cronistas convidados, como Josimar Melo, Mariliz Pereira Jorge e Antonio Prata, todos colunistas da Folha, tornam ainda mais divertido o passeio histórico pelos 12 anos de casa.

Ferreira explica a data quebrada: "A ideia era lançar o livro em 2020, logo depois do aniversário de dez anos. Aí veio a pandemia e o projeto acabou saindo dois anos depois, com um capítulo adicional sobre essa fase".

A página 177 dá início a uma fatia não menos saborosa do livro: o Caderno de Receitas. São 30, de entradas a sobremesas, mais 14 de drinques, escolhidas entre as mais populares do bistrô, com direito a história dos pratos e dicas do chef para que os preparos deem certo na cozinha doméstica.

Estão lá o filet au poivre com molho à base de conhaque, o filet à la moutarde e o steak tartare, para comer com fritas ou salada, além do maior hit de todos os tempos: o ovo mollet, empanado em farinha de pão, que deve ir à mesa com a gema molinha, servido com cogumelos refogados na manteiga.

Escolher só 30 pratos, confessa Ferreira, foi um verdadeiro exercício de concisão. "Muita coisa ficou de fora. Inicialmente, fizemos uma seleção de umas 40 receitas, incluindo algumas que marcaram época e não estão mais no cardápio, porque sou muito nostálgico. Mas a beleza das fotos nos ajudou a fechar nas 30."

Alma de bistrô – A trajetória do Le Jazz

  • Preço R$ 150 (272 páginas)
  • Autor Luiz Américo Camargo e Romulo Fialdini (fotos)
  • Editora Amê Content
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.