A chef Nelsa Trombino, fundadora do Xapuri, um dos restaurantes mais tradicionais de Belo Horizonte, morreu nesta terça-feira, dia 30, aos 84 anos. A informação foi divulgada nas redes sociais da casa mineira nesta quarta (31). A causa da morte não foi informada.
Mais conhecida como dona Nelsa, a cozinheira virou uma das referências na gastronomia mineira. Ela nasceu em Cubatão, em São Paulo, em 1938, e se mudou para Minas Gerais. Começou cozinhando para amigos e parentes até que fundou o restaurante de comida feita no fogão a lenha em 1987, na região da Pampulha.
Em entrevista à Folha, em 2007, ela disse que se mudou para Minas depois que casou. "Fui morar na fazenda do meu sogro, em Lagoa da Prata. Ali, eu vivenciei a tradição mineira dentro de uma bela fazenda, com um pomar enorme. Aprendi realmente a cultura mineira, a maneira de matar um porco, de fazer linguiça, com carne cortada, não moída", disse na época.
Sua filha mais velha recomendou, então, que abrisse o próprio restaurante. "Fizemos um quiosquinho pequeno, uma cozinha minúscula, uma pia horrorosa, um fogão à lenha e dois tanquezinhos. Era um quiosque para 30, 40 pessoas. De boca a boca, um foi falando para o outro onde ficava o restaurante", ela disse.
O restaurante, que traz cardápio de pratos típicos mineiros, foi ampliado e se tornou um dos mais disputados de Belo Horizonte. Xapuri significa rio manso e foi inspirado no nome da propriedade de um parente. A história de dona Nelsa é contada ainda no documentário "A Dona do Tacho", dirigido por Marcelo Wanderley e lançado em 2021.
Em 2013, quando Dona Nelsa começou a ter problemas de saúde, a chefia do negócio foi passada para seu filho, Flávio Trombino, que continua à frente do endereço.
O restaurante não funcionará nesta quarta-feira. Ele volta a receber os clientes na quinta-feira, dia 1º de junho.
Uma cerimônia de despedida será realizada nesta quarta-feira no Cerimonial Raja, na capital mineira, das 16h às 20h. Dona Nelsa deixa três filhos e quatro netas.
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