Veja 5 restaurantes de Belo Horizonte que mantêm a tradição da cozinha mineira

Espaços têm cardápios ricos em carne de porco, frango, feijão e derivados de milho e valores acessíveis

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Lorena Marcelino
Belo Horizonte

A cozinha mineira é um dos grandes atrativos para turistas que visitam Belo Horizonte. Fogão a lenha, linguiça, frango, angu, tutu de feijão, farofa e queijos são alguns dos pilares dessa cozinha que desperta a memória afetiva de muitas pessoas.

Frango preguento do Bento, do Xapuri
Frango preguento do Bento, do Xapuri - Divulgação

No âmbito estadual, ela ganhou reconhecimento oficial ao ser declarada patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais, no Dia da Gastronomia Mineira, celebrado em 5 de julho, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, o Iepha-MG.

Pensando nisso, veja uma seleção de cinco restaurantes em Belo Horizonte que preservam a tradição da culinária mineira.

Dona Lucinha
Fundado em 1990, o restaurante leva o nome de sua fundadora, que ganhou já recebeu várias homenagens, entre elas uma estátua de bronze no Mercado Central de Belo Horizonte. Professora da escola rural da cidade do Serro, Lucinha tem um trabalho de valorização de ingredientes e pratos simples de sua região. Assim, surgiram dois conceitos: cozinha do tropeiro, baseada na alimentação daqueles que trabalhavam nas minas e precisavam de alimentos menos perecíveis; e cozinha da fazenda, inspirada nas vilas mineiras, que inclui comidas consideradas molhadas e feitas com ingredientes frescos.

O restaurante segue esses dois conceitos e oferece pratos como frango com quiabo (R$ 62), acompanhado de arroz, feijão, couve e angu; canjiquinha com costelinha (R$ 50), servida com arroz branco, feijão e couve; e feijão tropeiro (R$ 62) com arroz, linguiça, torresmo e couve. O prato mais pedido é o mineirinho (R$ 62), feito de costelinha de porco com molho de rapadura, acompanhada de arroz, tutu de feijão, agrião e alho frito. A unidade de São Paulo, em Indianópolis, tem bufê de almoço diariamente (R$ 59,90 por pessoa durante a semana; R$ 79,90 aos finais de semana).

R. Padre Odorico, 38, São Pedro, Belo Horizonte. Seg. a sáb., das 11h às 23h. Dom., das 11h às 17h. Instagram: @donalucinhamatriz. Praça Nossa Senhora Aparecida, 96, Indianópolis, São Paulo. Seg. a sex., das 12h às 15h. Sáb. e dom., das 12h às 16h. Instagram: @donalucinha_sp


Café Palhares
O café e restaurante foi fundado em 1938 e já ganhou três vezes o primeiro lugar do festival Comida di Buteco de BH. No café da manhã, são servidos empada de frango caipira (R$ 5) e pastel frito de carne moída com batata e cebolinha (R$ 3), que podem ser acompanhados de café coado (R$ 2) ou expresso (R$ 4). A partir das 10h, o almoço está disponível para ser consumido nos balcões que rodeiam a cozinha.

O único prato oferecido é o kaol (R$ 29,90), pê-efe que leva arroz, farofa de feijão, couve, ovo, torresmo e uma carne coberta com molho de tomate, que pode ser linguiça fabricada diariamente na casa, pernil assado, língua de boi, dobradinha e carne cozida. O kaol foi criado na década de 1950 como refeição servida aos funcionários do restaurante de madrugada. Os boêmios que passavam pelo endereço sentiam o aroma da comida e começaram a pedi-lo, e, assim, ele entrou para o cardápio.

R. dos Tupinambás, 638, centro, Belo Horizonte. Seg. a qui., das 8h às 17h. Sex., das 8h às 19h. Sáb., das 8h às 16h. Instagram: @cafepalhares


Xapuri
O restaurante foi fundado em 1987 por Nelsa Trombino, com forte presença da linguiça e do bacon artesanais nos pratos. No almoço e no jantar oferece porções de entrada como linguiça com cebola (R$ 46,90) e torresmo de barriga (R$ 39,90). Entre os pratos principais estão o frango preguento do Bento (R$ 163,90, para quatro pessoas), frango de caldo espesso acompanhado de arroz, feijão, quiabo, angu, chuchu e couve; o mexidão metido a besta (R$ 102,90, serve duas pessoas), combinação de iscas de filé-mignon, arroz com feijão, linguiça, bacon, ovos, farinha e couve; e o lombo assado na panela (R$ 105,90, serve duas pessoas), acompanhado de arroz, tutu, couve e batatas.

Quem gosta de sobremesa irá apreciar a mesa de doces (R$ 95/ kg) do restaurante, que reúne mais de 30 representantes da doçaria mineira, como doce de leite, goiabada e doce de figo, feitos no tacho de cobre em cima do fogão à lenha.

R. Mandacaru, 260, Trevo, Belo Horizonte. Ter. à sáb., das 11h às 22h. Dom., das 11h às 17h. Instagram: @xapurirestaurante


Bolão
Com matriz localizada em um casarão tombado pelo Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, o Bolão é famoso por ter entre seus frequentadores, desde a sua inauguração, em 1961, diversas bandas mineiras, como Sepultura, Pato Fu e Clube da Esquina. O cardápio é repleto de pratos fartos com tempero caseiro que servem de uma a duas pessoas, como mexidão (R$ 34); espaguete à bolonhesa (R$ 28); e skank (R$ 55), homenagem a Henrique Portugal, tecladista da banda que sempre pede o mesmo prato, montado com filé acebolado, arroz com caldo da carne, e salada de tomate e palmito.

Um dos carros-chefes da casa é o rochedão (a partir de R$ 38), pê-efe com arroz, três opções de feijão (comum, tropeiro ou tutu), duas opções de proteína (bife de boi comum ou à milanesa) e de guarnições (espaguete ou fritas). O bar e restaurante também é famoso nas madrugadas como reduto dos boêmios que procuram o pão molhado (R$ 8), pão francês com molho à bolonhesa, queijo e cebolinha por cima.

Praça Duque de Caxias, 288, Santa Tereza, Belo Horizonte. Seg. a qui., das 11h às 01h. Sex. e sáb., das 11h às 04h. Dom., das 11h às 17h. Instagram: @bolaosantatereza


Maria das Tranças
O restaurante foi fundado em 1950 por Maria Clara Rodrigues e, já nos primeiros anos, teve um cliente fiel: Juscelino Kubitschek. Na época, o frango, base da culinária da casa, era abatido na hora no terreiro e já partia para a cozinha. Setenta e três anos depois, sob o comando da terceira geração da família, a tradição se mantém.

O prato mais pedido, frango ao molho pardo (R$ 85, serve até quatro pessoas), é abatido no dia e servido com arroz, quiabo e angu. O Maria das Tranças oferece outros tipos de frango com quiabo, fubá ou frito acebolado, todos no preço de R$ 85 e servidos com arroz, quiabo e angu.

R. Estoril, 938, São Francisco, Belo Horizonte. Seg. a sáb., das 11h às 21h. Dom., das 11h às 18h. Instagram: @mariadastrancasrestaurante

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