A reforma do estádio municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, em São Paulo, começou oficialmente nesta terça-feira (29) com a demolição do tobogã, setor onde ficavam pessoas com ingressos mais baratos. Ao menos três escavadeiras trabalham no local desde as 8h, pondo abaixo a estrutura de cinco décadas.
A responsável pela obra é a Concessionária Allegra Pacaembu, que assumiu a gestão do equipamento municipal por 35 anos em janeiro de 2020 e que prevê investir até R$ 400 milhões até o fim de 2023.
“A concessão traz mais uma desoneração para a Prefeitura de São Paulo. Só uma cidade que consegue dar segurança jurídica para os empreendedores pode crescer”, afirmou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na cerimônia de início das obras.
No evento, Eduardo Barella, presidente da Allegra, defendeu que o prédio que tomará lugar do tobogã fará conectividade maior entre o campo e as demais estruturas, retomando a ideia da antiga concha acústica, construção anterior ao setor da arquibancada.
Um grupo de moradores reivindica na Justiça a manutenção da estrutura criada em 1970, mas a prefeitura da capital já autorizou a demolição do espaço.
“Não podíamos mudar a essência do equipamento, que é ser público e trazer pessoas para dentro. É um projeto democrático, acessível e plural”, frisou Barella sobre o estádio inaugurado em 1940 e que recebeu partidas da Copa do Mundo de 1950.
No evento ele enumerou o que a concessionária fez desde que assumiu a gestão, como os 10 mil novos associados nas duas primeiras semanas do controle do estádio e o hospital de campanha, que atendeu 1.500 pacientes.
A intervenção mais radical que o consórcio fará no estádio será a derrubada do tobogã, que dará lugar a um edifício de nove andares, cinco deles acima do solo e outros quatro, abaixo.
Um dos andares funcionará como passarela que ligará as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis, com livre circulação de pedestres, buscando cumprir o propósito de integrar mais o complexo ao bairro.
Outros andares receberão lojas, espaços de coworking, restaurantes, escritórios e espaços para eventos.
O consórcio venceu a concorrência pelo Pacaembu em fevereiro de 2019, quando ofereceu outorga fixa de R$ 115 milhões —o valor mínimo era de R$ 37 milhões, ou seja, houve ágio de 208%.
Em parceria com o BBL, um grupo de entretenimento com foco em jogos virtuais, a nova gestão dará destaque aos eSports, com a criação de uma arena de Battle Royale, quando mais de cem jogadores poderão competir simultaneamente.
O equipamento também sediará feira de artes e de design e terá uma galeria de arte.
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