Descrição de chapéu Tóquio 2020

Brasil terá apenas 4 representantes na cerimônia de abertura das Olimpíadas

Com desfile enxuto de delegações, Tóquio-2020 será aberto oficialmente nesta sexta

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Tóquio

O Brasil terá apenas quatro representantes na cerimônia de abertura das Olimpíadas, que acontece nesta sexta (23), às 8h (horário de Brasília), no Estádio Olímpico de Tóquio. A cifra representa o número mínimo de atletas e oficiais exigidos pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) no evento.

Assim, estarão presentes o chefe da missão e vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, a judoca Ketleyn Quadros e o jogador de vôlei Bruninho —ambos porta-bandeiras da delegação—, além de um oficial administrativo a ser definido.

Nem mesmo o presidente do comitê, Paulo Wanderley, irá ao estádio. Segundo o COB, em nota, a restrição é necessária para evitar o risco de contaminação dos atletas por Covid.

O Estádio Olímpico de Tóquio receberá a cerimônia de abertura da Olimpíada
O Estádio Olímpico de Tóquio receberá a cerimônia de abertura das Olimpíadas - Issei Kato - 21.jul.2021/Reuters

"A decisão foi tomada levando-se em consideração a segurança dos atletas em cenário de pandemia, minimizando riscos de contaminação e contato próximo, zelando assim pela saúde de todos os integrantes do Time Brasil", afirmou a entidade.

Ketleyn obteve a medalha de bronze nos Jogos de Pequim-2008, e o levantador Bruninho tem um ouro (Rio-2016) e duas pratas (Londres-2012 e Pequim-2008). Como mostrou a Folha, a festa que dará início oficial ao megaevento pretende passar a mensagem de que o esporte pode inspirar o mundo a enfrentar a pandemia em meio a críticas internas e externas em torno de sua realização.

O Estádio Nacional, na região de Shinjuku, será palco do começo formal de uma edição das Olimpíadas sem precedentes: trata-se da primeira adiada da história (de 2020 para 2021) e, provavelmente, a única em que a maioria da população local teme e rejeita as competições.

Devido ao veto à presença de público nas arenas em Tóquio, estima-se a presença de no máximo 1.000 pessoas no evento, entre atletas, convidados e jornalistas.

Assim como o Brasil, outros países devem enviar delegações enxutas para o desfile de abertura, dando o tom de uma festa que começa sob a sombra da desconfiança. Como menos de 30 chefes de Estado devem estar na festa, a primeira-dama dos EUA, Jill Biden, e o presidente francês, Emmanuel Macron, são os nomes mais aguardados.

O governo brasileiro, por sua vez, enviou como representante do presidente Jair Bolsonaro o ministro da Cidadania, João Roma, a quem a secretaria especial de Esporte é vinculada.

Além da escalada de casos de Covid em Tóquio —nesta quinta foram registradas 1.979 novas infecções na capital, número bem acima dos 619 contabilizados há um mês—, a organização enfrentou mais uma turbulência na véspera da abertura. Kentaro Kobayashi, diretor artístico do evento, deixou o posto após revelações de que ele fez piadas sobre o Holocausto nos anos 1990, quando atuava como comediante.

"Pedimos desculpas por causar preocupação aos envolvidos com os Jogos, os cidadãos de Tóquio e o povo japonês", afirmou Seiko Hashimoto, chefe do comitê local das Olimpíadas, em entrevista coletiva.

Na segunda, a Toyota, uma das patrocinadoras dos Jogos, já havia informado que deixaria de circular anúncios na abertura e que o presidente da empresa, Akio Toyoda, não compareceria ao estádio. De acordo com veículos de imprensa, outros apoiadores, como Panasonic e Procter & Gamble, também não enviarão representantes.

No mesmo dia do anúncio da montadora, um dos compositores da cerimônia desistiu de participar do evento. Conhecido pelo nome artístico Cornelius, Keigo Oyamada, 52, viu sua presença ser bombardeada devido a declarações nos anos 1990 em que confessou ter praticado bullying com crianças deficientes. Oyamada deixou o posto e o abacaxi no colo do comando dos Jogos.

Na terça (20), a Folha acompanhou uma entrevista coletiva de Hashimoto e do diretor-geral do comitê, Toshiro Muto, na qual a mídia local fez uma enxurrada de questionamentos sobre a escolha do compositor. Sem disfarçar o constrangimento com o episódio, a dupla que dirige Tóquio-2020 repetiu pedidos de desculpas a cada pergunta.

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