Descrição de chapéu jornalismo

Mergulhe na história da Folha em 100 fatos marcantes do jornal - parte 2

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1961

Dezembro

22) Uma grave crise financeira atinge o grupo. Os jornalistas de São Paulo, incluindo os da Folha, entram em greve —da qual saíram vitoriosos— por reajustes salariais e direitos trabalhistas. Simultaneamente, o presidente Jânio Quadros corta os subsídios que barateavam o papel imprensa.

1962

23) Endividado, o jornal é novamente vendido a Octavio Frias de Oliveira, Carlos Caldeira Filho e Caio de Alcântara Machado –este sairia do negócio meses depois.

Carlos Caldeira Filho (de terno branco) e Octavio Frias de Oliveira (de terno preto) com seus filhos: Luiz Frias (à esquerda) e Otavio Frias (à direita)
Carlos Caldeira Filho (de terno branco) e Octavio Frias de Oliveira (de terno preto) com seus filhos: Luiz Frias (à esquerda) e Otavio Frias (à direita) - Arquivo Pessoal

1963

24) A jornalista Lenita Miranda de Figueiredo cria a Folhinha, caderno infantil que teve seus trabalhos gráficos desenvolvidos por Mauricio de Sousa.

1964

25) A Folha apoia o golpe militar, convencida de que o Congresso elegeria um novo presidente dentro do prazo constitucional. Os militares, no entanto, instauraram uma ditadura que perdurou até 1985. Em 2014, 50 anos depois, o jornal publica um editorial que reconhece o erro.

1965

26) O grupo adquire outros veículos, como os jornais Última Hora (publicado até 1979) e Notícias Populares (que circulou até 2001).

1966

27) Em janeiro, o caderno de Turismo começa a circular como suplemento semanal independente. Ele nasceu como uma seção dentro da Ilustrada em 1959.

1967

28) Folha da Tarde é recriada para cortejar os estudantes e rivalizar com o Jornal da Tarde, lançado em 1965 pelo O Estado de S. Paulo. O sucesso não demorou a vir, e ela foi publicada até 1999.

1968

Janeiro

29) O jornal publica pela primeira vez uma edição inteira em offset, tecnologia que permitia estampar mais imagens e com maior nitidez que os concorrentes.

Abril

30) No mesmo ano em que seria decretado o AI-5, a Folha publica denúncias de tortura. Alvo de censuras, o jornal passa a incluir exames simulados para o vestibular no intuito de se aproximar dos estudantes. Futuramente, a iniciativa evolui para a criação da editoria de Educação, a primeira dedicada a esse tema no país.

1971

31) Em ato da Ação Libertadora Nacional (ALN), caminhonetes de entrega da Folha são incendiadas. Segundo um dos integrantes do grupo ouvidos no livro “Folha Explica Folha”, a ALN estava convicta de que o jornal apoiava a ditadura. Militantes de esquerda disseram ter visto veículos da Folha no DOI-Codi, centro do sistema repressivo em SP. De acordo com Otavio Frias Filho, que assumiu a direção de Redação em 1984, “a Folha sempre afirmou que, se a cessão de veículos ocorreu, foi de forma episódica e sem conhecimento nem autorização de sua direção”.

1972

32) Em junho, um editorial diz não haver no país homens de esquerda presos “em decorrência exclusiva de seu pensamento”. Em um momento de crise interna no jornal, Cláudio Abramo é afastado da chefia jornalística e a publicação de editoriais é suspensa até 1976.

O jornalista Cláudio Abramo em sua sala na Redação da Folha, em 1985
O jornalista Cláudio Abramo em sua sala na Redação da Folha, em 1985 - Folhapress

1974

33) Pela primeira vez no Brasil, a Folha imprime, simultaneamente à edição nacional, um caderno especial com 16 páginas coloridas, frente e verso.

1975

Janeiro

34) Um mês antes do anúncio oficial, o jornal revela que o banqueiro e empresário Olavo Setúbal era o escolhido do governador Paulo Egydio Martins para ocupar a Prefeitura de São Paulo.

Setembro

35) Angeli torna-se oficialmente cartunista do jornal. Juntamente com Glauco e Laerte, que chegaram posteriormente, formam o coletivo Los 3 Amigos, que fez história no humor gráfico da Folha.

Os cartunistas Angeli, Glauco e Laerte
Os cartunistas Angeli, Glauco e Laerte - Arquivo Circo

1976

36) São criadas as seções Tendências/Debates, com espaço para diferentes opiniões, e Painel do Leitor.

1977

Janeiro

37) Surge o Folhetim, caderno alternativo de cultura que circulava aos domingos e que foi idealizado pelo jornalista Tarso de Castro. Inovador, o suplemento abriu caminho para outros projetos de alta cultura no jornal, como o Letras (criado em 1989), Mais! (1992), Jornal de Resenhas (1995) e a Ilustríssima (2010).

Setembro

38) O colunista Lourenço Diaféria é preso após texto em que criticava militares. No dia seguinte, o espaço de sua coluna sai em branco como forma de protesto, e a ditadura ameaça fechar a Folha. Temendo a derrocada da empresa, Octavio Frias de Oliveira muda a direção para evitar novas turbulências. Quem assume é Boris Casoy.

O duque de Caxias é um homem a cavalo reduzido a uma estátua. Aquela espada que o duque ergue ao ar aqui na Praça Princesa Isabel -onde se reúnem os ciganos e as pombas do entardecer- oxidou-se no coração do povo. O povo está cansado de espadas e de cavalos. O povo urina nos heróis de pedestal.

"Herói. Morto. Nós."

Texto de Lourenço Diaféria publicado em 1º de setembro de 1977

1978

39) O Conselho Editorial é criado com o objetivo de intensificar o pluralismo no jornal.

1979

40) A Folha cobriu intensamente o nascimento do movimento sindical no ABC paulista. Quando as mobilizações de trabalhadores chegaram à imprensa, houve uma greve dos jornalistas. Quase todos os profissionais da Folha pararam, mas o jornal não deixou de circular todos os dias. As precárias edições eram feitas por apenas 15 pessoas.

1980

41) Clóvis Rossi é contratado pela Folha. Ele se tornou um dos mais importantes nomes da história do jornal, sendo correspondente em Buenos Aires e Madri e repórter especial, entre outras funções. Morreu em 2019, aos 76 anos, após infarto.

1983

Fevereiro

42) No final de abril, o departamento de pesquisa da Folha de S.Paulo realizou sua primeira pesquisa sobre o maior medo dos paulistanos, movimento que representou o início do Datafolha. A metodologia do instituto foi desenvolvida por Reginaldo Prandi —à época professor titular do Departamento de Sociologia da USP e pesquisador do Centro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Março

43) O deputado federal Dante de Oliveira (PMDB) apresenta emenda que restaura eleições diretas. Dias depois, a Folha publica editorial em que apoiava a ideia, mas dizia que só seria vitoriosa se fosse sustentada pela opinião pública. O envolvimento do jornal com a campanha aumenta e ele passaria a ser conhecido como "o jornal das Diretas".

Comício das Diretas-Já na Praça da Sé, em São Paulo, em 25 de janeiro de 1984
Comício das Diretas-Já na Praça da Sé, em São Paulo, em 25 de janeiro de 1984 - Fernando Santos/Folhapress

Dezembro

44) Série de reportagens de Ricardo Kotscho sobre Serra Pelada mostra a diminuição da corrida ao ouro e a situação dos cerca de 80 mil garimpeiros.

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