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Deus
não é brasileiro, mas somos abençoados
Privilegiados
com tantas riquezas naturais, crescemos ouvindo que Deus era
brasileiro. Mas são tantas e tão profundas nossas
mazelas e chagas, incompatíveis com o nível
de desenvolvimento econômico, que dificilmente deveríamos
considerar a brasilidade divina - somos, afinal, uma nação
de desprotegidos.
Quando
assistimos ao tumulto gerado por Bin Laden, a ponta mais visível
e doentia dessa mescla explosiva de radicalismo político
e fanatismo religioso, vemos, porém, que, sob certo
aspecto, o Brasil é abençoado.
Somos
vítimas cotidianas da estupidez da miséria,
mas, por enquanto, estamos livres da estupidez dos conflitos
regionais, religiosos e raciais, ingredientes que estão
por trás do temor de que os ataques ao Afeganistão
detonem nova onda de atentados terroristas e agucem crises
internas em países árabes.
Não
temos conflitos de fronteiras com o um único país.
Sabendo quanta custa e quanta energia demanda conflitos desse
gênero _ basta ver os bilhões gastos por nações
pobres como Índia ou Paquistão, por exemplo_
podemos dizer que, apesar de tudo, somos abençoados.
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