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Dia 21.09.01

Rock é bom contra crise

Issao Minami é professor de Comunicação Visual da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e tem dois filhos roqueiros. Aparentemente desconexos, esses dois fatos da vida do professor colaboraram para que se desenvolvesse uma das raras ilhas de prosperidade em meio à decadência urbana paulistana.

Dois anos atrás, Issao acompanhou os dois filhos, Yuhu e Ken, que foram fazer compras na Galeria do Rock, localizada numa das regiões mais deterioradas do centro da cidade, entroncamento da rua 24 de Maio com a avenida São João.

Entusiasmado com o "agito" de roqueiros, Issao propôs a seus alunos que oferecessem um projeto de comunicação visual à galeria. "A universidade se esquece de que, além de formar trabalhadores, deve prestar serviços à comunidade", afirma.

A proposta foi apresentada quando os lojistas já se organizavam para manter a clientela e afastar o clima de decadência do centro antigo de São Paulo. "Quando cheguei aqui, a galeria parecia uma caverna, com ratos e baratas", relembra Luiz Calanca, primeiro lojista a vender discos de rock. "Era um caos. Nem a polícia entrava", recorda Antônio Souza Neto, atual síndico da Galeria do Rock.

Antônio Souza Neto foi um dos líderes do movimento empreendido para que a galeria se especializasse na venda de CDs e de produtos para os aficionados do rock -de discos raros a roupas. No auge da crise, apenas cem lojas estavam alugadas. A reforma do visual realizada pelos estudantes da FAU contribuiu para que ocorresse um dos fenômenos de São Paulo: as 450 lojas estão alugadas. E há fila para conseguir espaço.

Afinal, a galeria atrai cerca de 20 mil jovens nos finais de semana. Devido a esse movimento, prosperam nas imediações lojas que vendem produtos da cultura "hip hop". E foi esse um dos fatores que fizeram que o Sesc convidasse Paulo Mendes da Rocha, um dos mais renomados arquitetos brasileiros, autor da reforma da Pinacoteca do Estado, a transformar um prédio velho, que fica a poucos metros da galeria, num centro cultural especialmente voltado à música.

Semana passada, fotógrafos saíram para registrar a "alma" do centro histórico, num projeto da Secretaria da Cultura. Escolheram, entre imagens que revelam a essência do que é ser paulistano, ao lado da histórica praça da Sé e do Pátio do Colégio, o território livre dos roqueiros.

 

 
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