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26 de janeiro
de 2001
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Luiz
Estevão: a vaia educa |
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A
recente tentativa do senador cassado Luiz Estevão de agredir manifestantes
que o chamaram de ladrão me fez sentir saudade de São Paulo.
Novo morador de Brasília, estou gostando da cidade mais do que imaginava,
principalmente depois de deixar uma São Paulo arrasada pelo terremoto
Maluf-Pitta. A qualidade de vida brasiliense é melhor; há mais áreas
verdes; a segurança pública não é aquele horror paulistano; existem,
sim, opções culturais e de lazer etc. e tal.
Mas comprovei uma tese que muitos classificam de preconceito: falta
mesmo povo à Brasília dos poderosos, e isso faria um bem danado a
políticos e a suspeitos de crimes do colarinho branco. Impossível
que Estevão e seu parceiro Lalau passassem em Brasília pelo constrangimento,
ainda que pequeno, de ouvir o que manifestantes pensam a respeito
deles.
Cidade onde um carro é fundamental, Estevão pode se mover sem trombar
com essa coisa tão incômoda chamada povo. Para piorar, o projeto urbanístico
contribui para que quase não haja gente andando na rua. Por último,
os pobres simplesmente desaparecem do Plano Piloto após o final do
expediente. A maioria vai para as cidades satélites, onde há áreas
como a pobre periferia paulistana.
Enfim, os espaços brasilienses são bem convenientes àqueles que preferem
se desligar da realidade do país.
Leia
colunas anteriores
19/01/2001 - O herdeiro político
de Covas
12/01/2001 - FHC de olho na ONU
05/01/2001 - Cassação para Eurico Miranda
29/12/2000 - O Gabeira está certo
22/12/2000 - A Constituição
não vale nada?
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