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Luiz Caversan
caversan@uol.com.br
  6 de janeiro de 2001
 

São Paulo fica ótima
sem os paulistanos

 

Quando são os cidadãos que atrapalham, algo está errado

Quem permaneceu na cidade de São Paulo durante o feriadão de fim de ano pôde constatar duas coisas bem evidentes:

1 – a cidade ficou muito mais "habitável", transitável, curtível, aceitável, e, com um pouco de boa vontade, até bonitinha.

2 – a cidade, no que diz respeito à manutenção dos equipamentos públicos, ruas, calçadas etc., estava completamente abandonada.

Quanto a este último quesito, nada para se espantar: o descalabro nunca visto, a depredação das vias públicas e a falta de limpeza devem-se a um fenômeno pernicioso que graças aos céus foi-se. O nome desse fenômeno de ineficiência e enganos: Celso Pitta.

O primeiro aspecto aqui anotado, esse sim merece um pouco mais de reflexão. Como digerir a realidade segundo a qual uma cidade melhora com a ausência de seus habitantes?

Foi exatamente isso o que aconteceu: as ruas com poucos carros, os parques vazios, cinemas, lojas, supermercados, bancos, repartições funcionando numa boa simplesmente porque não estavam superlotados, porque milhares de paulistanos viajaram.

Que dilema absurdo o de São Paulo: para funcionar bem a cidade deve prescindir de seus moradores...

O que está errado nesta história: São Paulo seria uma cidade verdadeiramente agradável, mas abriga gente de mais?

Ou tornou-se uma cidade equivocada, cujo crescimento desordenado, ineficiente, predatório mais o oportunismo dos poderes públicos a transformaram num martírio diário para os que tentam viver aqui?

Com certeza, este é o cerne da inúmeras questões que se colocam para as grandes metrópoles brasileiras neste início de milênio: a falta de diagnósticos sobre a cidade como um todo e seus problemas e soluções em particular.

O ex-prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, que não é nenhum gênio, disse outro dia uma grande verdade: o Congresso e o governo federal discutem, fazem leis e se preocupam apenas com a questão agrária, os sem-terra, as florestas, os mananciais, esquecendo-se completamente das questões urbanas. Das cidades e seus urgentes e inadiáveis desafios relativos ao gerenciamento de suas superestruturas. Essas tarefas ficam nas mãos unicamente das prefeituras. O que é temerário demais, como se viu em São Paulo: pegamos pela frente um Paulo Maluf e depois um Celso Pitta e deu no que deu.

No caso específico da capital paulista, todas as esperanças são depositadas, agora, no governo de Marta Suplicy, que terá, como se dizia antigamente, muito pano para as mangas.

Mas, para quem teve o prazer de ficar por aqui nesses dias de férias e viagens de grande parte da população, uma coisa é certa: como São Paulo fica agradável com poucos paulistanos...

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