A Folhinha ganha um importante reforço a partir deste domingo (19), quando o jornalista Bruno Molinero reestreia seu blog Era Outra Vez. Depois de uma pausa de pouco mais de três anos, o espaço volta a publicar textos semanais sobre livros infantojuvenis, resenhas e entrevistas com profissionais deste universo.

"O volume de lançamentos para esse público é muito grande no Brasil, e é importante falar o que é legal e o que não é legal", diz Molinero, que atuou na Folha como repórter da Folhinha entre 2010 e 2016, editor da coluna Painel das Letras a partir de 2019, e editor do Guia até o final de 2022.

"Essa produção editorial infantojuvenil, que já é volumosa, tende a crescer porque as editoras vão ter material para participar dos editais de compra governamental, e acho que é função da imprensa se debruçar sobre isso, olhar de maneira selecionada, separar as coisas", completa.

Molinero tem 32 anos, e se recorda com carinho da época em que trabalhou na Folhinha. "Era muito legal. A Folhinha foi minha grande escola dentro do jornalismo, tudo que aprendi eu aprendi nela. É um caderno apaixonante", comenta.

"O mais legal da Folhinha é poder falar diretamente com a criança. Ela abre um canal direto com um público leitor que na imprensa brasileira não encontra canais de interlocução. Ela quebra a mediação. Você não precisa falar com o professor ou com o pai, você fala diretamente com a criança. Isso é legal para todo mundo, para quem produz e para a criança, que tem um canal de conversa além da escola e da família."

Uma das matérias que ele mais gostou de produzir foi feita a partir de uma conversa com alunos do ensino fundamental em época de eleições para presidente. "Depois de assistirmos os melhores momentos do debate, falamos sobre as propostas dos candidatos e o que os alunos enxergavam para o futuro do país", conta.

"E essa é uma visão negligenciada. Ninguém escuta a criança sobre política, mas a Folhinha escuta."

O blog Era Outra Vez, diz Molinero, também será escrito para o leitor da Folhinha. "É dentro do selo 'Todo Mundo Lê Junto', para uma leitura mediada. Claro que nunca vou criar regras, mas acho que se a criança sentir dificuldade na leitura a mediação pode ajudar. Leiam!", brinca.

A conexão do autor com a literatura nasceu ainda na infância a partir do estímulo dos pais. "Eles sempre se preocuparam em criar um leitor em casa, sempre tive acesso a livros. Livro era presente, Bienal do Livro era passeio, visitas a livrarias e bibliotecas eram rolês importantes em casa", lembra.

"Se isso não tivesse acontecido, talvez eu não fosse o adulto leitor que sou hoje", imagina Molinero, que "aprendeu a ler" com "Mico Maneco", de Ana Maria Machado. "Foi o primeiro livro que li sozinho e achei o máximo essa sensação de ninguém ajudando. Me senti um super-herói."

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança